Por meio de um post no Facebook, a organização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro disse que errou ao permitir que a Tocha Olímpica, “símbolo da paz e da união entre povos”, fosse exibida ao lado de “um animal acorrentado”.
“Estamos muitos tristes com o desfecho que se deu após a passagem da tocha. Garantimos que não veremos mais situações assim nos Jogos Rio 2016”, diz o comunicado
No final de maio deste ano, mais precisamente num sábado, dia 28, um gorila do zoológico de Cincinnati, nos Estados Unidos, foi morto por tratadores após ter agarrado um menino de 4 anos que caiu em seu cercado de cativeiro.
Poucas horas depos, mais de 2 mil pessoas assinaram uma petição no site Change.org criticando o Departamento de Polícia de Cincinnati e o zoológico por abaterem o animal e pedindo que os pais da criança fossem “responsabilizados por suas ações de não supervisionar seu filho”.
Ontem, em Manaus, uma onça pintada do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), carinhosamente chamada de Juma, foi abatida logo após ter-se livrado dos soldados daquela unidade militar, submetida a “estressante” sessão de fotografia ao lado de atletas com o Tocha Olímpida de passatem por Manaus.
Assim como a morte do gorila comoveu o mundo, a morte de Juma foi motivo de protestos e fortes críticas nas redes sociais.
Embora a organização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro tenha admitido, em nota publicada no Facebook, que errou ao permitir que a Tocha Olímpica fosse exibida ao lado de “um animal acorrentado”, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) garante que não foi solicitada a autorização para que a onça participasse do evento e que medidas cabíveis serão adotadas após a resposta oficial do CIGS ao Ipaam ao órgão.
As desculpas são as mais estapafúrdias. Nemhuma apontam de longe motivos razoáveis que justifiquem a morte de um animal tirado de seu habitat e colocado em um zoológico sem necessidade.
“Estamos muitos tristes com o desfecho que se deu após a passagem da tocha. Garantimos que não veremos mais situações assim nos Jogos Rio 2016”, diz o comunicado da organização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, divulgada um dia depois da morte de Juma.
Já o Comando Militar da Amazônia (CMA), em nota distribuída à imprensa, declara que Juma teria escapado do Zoológico do Cigs e que no momento do ocorrido o mesmo se encontrava fechado, vazio e em segurança.
Diz, também, que uma equipe de militares, composta de veterinários especializados no trato com o animal, foi deslocada com o propósito de capturar Juma, morta com um tiro de pistola ao avanças na direção de um militar depois de ser alvejada com um tranquilizante.
Duas declarações aparementemente contraditória. Como teria Juma escapado do zoo se no momento da fuga estava fechado e em segurança? Como pode uma equipe especializada no trato do animal abatê-lo mesmo com um boa dose de tranquilizante no corpo?
A resposta fica por conta do CMA que determinou abertura de processo administrativo para apurar os fatos.