Os atentados terroristas do Estado Islâmico contra dois redutos do regime sírio nessa segunda-feira (23) deixaram pelo menos 154 mortos, de acordo com novo balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
O número de mortos ainda poderá aumentar, já que “vários dos cerca de 300 feridos se encontram em estado crítico”, disse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane.
O balanço anterior do Observatório Sírio, divulgado ontem, registrava 148 mortos nos atentados à bomba nas cidades costeiras de Tartus e Jableh, já reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico. As vítimas são quase todas civis, incluindo oito crianças, quatro médicos, enfermeiros e estudantes universitários, informou a ONG que opera na Síria.
Os atentados foram feitos por terroristas suicidas, que conduziram carros-bomba para duas cidades habitadas principalmente por alauitas, a comunidade minoritária a que pertence o chefe de Estado sírio, o presidente Bashar Al Assad. Tanto Tartus quanto Jableh tinham sido relativamente poupadas dos estragos de uma guerra que dura mais de cinco anos na Síria.
O Estado Islâmico informou, em comunicado, que os atentados foram uma retaliação pelos bombardeios feitos pelo regime sírio e pelo seu aliado, a Rússia, e deixou um alerta de que pode estar preparando ataques ainda piores.
O regime sírio responsabilizou a Arábia Saudita, a Turquia e o Catar – seus adversários na região desde 2011 – pela escalada de tensão que resultou nos atentados de ontem.
“Esses atentados representam uma perigosa escalada por parte dos regimes do ódio e do extremismo em Riadi, Ancara e Doha e têm como objetivo fazer com que fracasse um acordo de cessar-fogo” na Síria, indicou o regime de Al Assad em carta enviada ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e ao Conselho de Segurança da ONU.