Trabalhadores da rede estadual de ensino do Amazonas fazem paralisação didática

Trabalhadores da rede estadual de ensino do Amazonas fizeram uma paralisação didática nesta terça-feira (15) para chamar a atenção do governo e da sociedade para as reivindicações da categoria. Aderiram ao movimento profissionais como professores, merendeiros, vigilantes e funcionários administrativos de dez municípios.

“Na paralisação didática, os professores vão para a sala de aula, mas não ministram aula tradicional. É uma aula de cidadania com os alunos e os pais falando o porquê da nossa paralisação, que é de advertência para conscientizar a sociedade de que os trabalhadores na educação no Amazonas não estão sendo contemplados no que diz respeito às suas pautas”, explicou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas, Marcos Libório.

Os trabalhadores querem reajuste salarial e melhores condições de trabalho. “Vai para o segundo ano sem reajuste, sem pelo menos a inflação. Nós estamos com plano de saúde que havia sido firmado entre o sindicato e o governo do estado, que não está sendo cumprido. Nós temos a questão da promoção de professores, tanto por tempo de serviço como por titulação, que também não está sendo cumprido. Sem falar das condições de trabalho que dificultam o exercício do docente”, disse Libório.

A categoria aguarda resposta da Secretaria Estadual de Educação para uma audiência com o órgão e com o governador do Amazonas, José Melo.

Por meio de nota, a secretaria informou que o funcionamento regular das escolas não foi afetado pela paralisação e que as reivindicações apresentadas pelo sindicato vêm sendo discutidas por uma comissão instituída pelo governo do estado. O grupo está levando em consideração “as prerrogativas da Lei de Responsabilidade Fiscal, que exige dos gestores o total rigor para o equilíbrio das contas públicas”.

A secretaria disse também que um conjunto de benefícios foi assegurado recentemente à categoria, entre eles, a revisão completa do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, a garantia de melhores remunerações por tempo de serviço, por aquisição de pós-graduações, criação da carreira para os servidores administrativos de níveis de ensino fundamental e médio; a concessão inédita de vale-alimentação no valor R$ 220 e ainda a instituição das horas de trabalho pedagógico.

A nota da secretaria afirma ainda que, no Amazonas, o piso salarial dos professores da rede pública estadual é 53,09% maior que o piso estipulado para o país.

Professores da rede municipal de ensino de Manaus também mobilizaram-se hoje para marcar o início da campanha salarial. Eles fizeram um ato público em frente ao prédio da Secretaria Municipal de Educação e depois seguiram para a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas.