Maduro pede a socialistas que se preparem para “ataques” da oposição

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu hoje (22) aos deputados socialistas que procurem os quase 2 milhões de chavistas (seguidores do presidente Hugo Chávez) que se abstiveram nas últimas eleições e que estejam preparados para ataques da oposição, que conquistou agora a maioria parlamentar.

Maduro falou no palácio presidencial de Miraflores, durante encontro com deputados do Partido Socialista Unido da Venezuela (o partido de governo), que convocou para analisar a conjuntura político-econômica, a fim de definir estratégias para aplicar a partir de 5 de janeiro, data em que o novo Parlamento tomará posse, depois de a oposição ter alcançado, pela primeira vez em 16 anos, maioria parlamentar. “Esse é o debate que eles (opositores) têm, com a sua agenda contra-revolucionária”.

O presidente venezuelano fazia referência ao resultado das eleições de 6 de dezembro, nas quais a oposição consegui 112 dos 167 lugares do Parlamento, uma maioria de dois terços que lhe confere amplos poderes e marca uma virada histórica contra o chavismo.

“O bloco parlamentar da pátria [socialista] tem que ser um motor dinamizador da nova etapa da revolução, da retificação que necessitamos no estilo político, no discurso político, na liderança de rua”, disse. “Vocês [deputados socialistas] representam a voz de milhões de homens e de mulheres que votaram e de milhões que não votaram. Quase 2 milhões de patriotas e revolucionários não foram votar, há que ir buscá-los”.

Nicolás Maduro referiu-se ainda à marcha que os trabalhadores farão segunda-feira em defesa das missões (programas sociais governamentais) Grande Missão Habitação Venezuela e Grande Missão Bairro Novo Tricolor, diante de intenções da oposição de bloquear a aprovação de recursos econômicos.

“Vejo esse movimento popular rebelde, irado, radical. Está nas ruas, acordou, quase desde o primeiro dia depois de 6 de dezembro (dia das eleições) e agora vejo-o todos os dias. Aí está a classe trabalhadora em rebelião”, afirmou.

Nicolás Maduro acusou os meios de comunicação “da burguesia” de não publicar notícias das ações dos revolucionários em defesa do povo e dos projetos e programas sociais da revolução bolivariana.