Os presidentes das principais companhias aéreas brasileiras pediram hoje (1º) ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a redução do preço do querosene de aviação, cujo custo aumentou 50% este ano por causa da alta do dólar. Em encontro de três horas, eles pediram que o governo revise a política de preços para o combustível, que está mais caro que a média internacional.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, a moeda norte-americana responde por 60% dos custos do setor aéreo brasileiro. Desse total, 40 pontos percentuais correspondem ao gasto com o querosene e 20 pontos, a despesas com leasing (arrendamento) de aviões.
“A maior parte dos nossos custos está atrelada ao dólar. E esses custos subiram mais de 50% neste ano. As empresas estão pressionadas e com a demanda caindo, porque o público corporativo [executivos de empresas] está viajando menos e o público de lazer, que paga mais barato, não está conseguindo repor as receitas”, disse Sanovicz.
No encontro, Sanovicz e os presidentes das quatro maiores companhias aéreas do país – TAM, Gol, Avianca e Azul – pediram a mudança na definição do preço da querosene. Segundo o presidente da Abear, o combustível custa 50% a mais no Brasil do que a média internacional. Em algumas cidades, o preço do querosene chega ser três vezes maior que internacional, disse ele.
Em apresentação distribuída aos jornalistas, a Abear explicou algumas propostas. Além da revisão da política de preço do querosene nas refinarias, a entidade pediu a eliminação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – administrados pelos estados – sobre o combustível. A associação também pediu que o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) assuma por 18 meses as tarifas aeroportuárias e de navegação do setor.
De acordo com a Abear, de agosto de 2014 a agosto deste ano, o número de passageiros aumentou 3,08% nos voos domésticos e 16,14% nos internacionais. Na mesma comparação, a ocupação subiu 0,71 ponto percentual nos voos nacionais, para 80,32%, e caiu 0,78 ponto nos internacionais, para 81,27%. O problema, segundo o setor, é o aumento de custos. A entidade estima que as receitas terminem o ano com alta de 3,7%, mas os custos encerrem 2015 com avanço de 24%.