A polícia de Toronto informou nesta sexta-feira que expediu um mandado para prender o brasileiro Thye Bezerra, goleiro reserva da seleção masculina de polo aquático. Ele é acusado de abusar de uma jovem de 22 anos durante os Jogos Pan-Americanos.
De acordo com Jonna Beaven, chefe do departamento de crimes sexuais, o ato aconteceu na madrugada do dia 16 de junho, quando Thye e mais um amigo – também membro do time de polo, mas ainda não identificado – estavam na casa da vítima, e Thye entrou no quarto da mulher, que estava dormindo.
“Independente de onde ele [Thye] está, estamos trabalhando para ele voltar para cá e responder sobre as acusações”, afirmou Beaven. A oficial não deu mais detalhes sobre quem é a vítima – só se sabe que ela não é atleta e que sua casa não foi invadida.
A competição de polo aquático terminou no dia 14 de julho na categoria feminina e um dia depois na masculina, e o Brasil conquistou a medalha de prata entre os homens, depois de perder a decisão para os Estados Unidos.
Caso seja condenado, o atleta de 27 anos pode pegar até 15 anos de prisão, segundo o código penal canadense. A polícia local também o colocou na lista de “procurados” e disse que acredita na existência de mais vítimas.
Após a participação da seleção brasileira de polo aquático no Pan, Thye Mattos viajou com a equipe para Kazan, na Rússia, para disputar o Campeonato Mundial. Como está fora do país, ele pode até ser detido após o pedido da polícia canadense.
Posição do COB
Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira, para o balanço da participação do Brasil no Pan_Americano de 2015, o presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, foi questionado sobre o assunto e disse entidade ainda não tinha conhecimento de mais detalhes sobre o caso.
“Ainda não temos mais informações. Estamos aguardando para nos manifestar”, declarou Nuzman, antes da coletiva de imprensa da polícia de Toronto.
Na sequência, após a insistência dos jornalistas, o superintendente do COB, Marcus Vinícius Freire, falou sobre os procedimentos que já haviam sido tomados mesmo antes de a polícia divulgar o nome de Thye Mattos.
“Até o momento não fomos contatados pela polícia e nem pelo Comitê Organizador. Já fizemos três ações desde que soubemos do caso pela TV. Contatamos nosso advogado, ele contatou um escritório local para se preparar para o que pode acontecer após a coletiva da polícia, e também contatamos o Consulado brasileiro em Toronto, caso haja necessidade de auxílio. Conversei com o Ricardo de Moura (diretor da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA)) e o chefe da delegação, que estão em Kazan. Eles não sabem nenhuma informação, se é homem ou mulher, desconhecem esse fato, estão aguardando nosso retorno com informações depois da coletiva da polícia. Não temos nada oficial, não vamos falar nada enquanto não foi oficial”, afirmou Marcus Vinícius