O ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, voltou a afirmar nesta terça-feira que o PT teve envolvimento no esquema de corrupção investigado na empresa estatal e que o partido pode ter recebido até US$ 200 milhões em propina.
Preso por causa de sua participação no caso, Barusco prestou depoimento na CPI da Petrobras hoje no Congresso, que decidiu na última hora tornar a sessão pública. O ex-gerente reiterou que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, negociava a comissão que o partido recebia por contratos firmados com a Petrobras.
‘Havia uma reserva de comissão para o PT em cada um dos contratos que a Petrobras assinava com outras empresas, que formavam uma espécie de cartel para repartir as obras’, disse Barusco.
O ex-gerente já tinha afirmado em depoimento concedido em acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal que o PT recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões, entre 2003 e 2013, através de propinas de contratos firmados pela Petrobras.
Funcionário da Petrobras desde 1995, Barusco explicou que começou a receber propinas para a concessão de contratos em 1997, quando o país era governado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
No entanto, disse que nessa época os desvios foram ‘iniciativas pessoais’ tomadas junto com outros diretores da empresa, e garantiu que a corrupção se ampliou e se institucionalizou desde ‘2003 ou 2004’, já na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ex-gerente explicou que baseou os cálculos dos valores recebidos pelo tesoureiro do PT em seus próprios rendimentos com o esquema. Barusco embolsou cerca de US$ 100 milhões, dinheiro que se comprometeu a devolver aos cofres públicos.