O presidente da Seccional de Parauapebas da Ordem dos Advogados do Brasil no Pará (OAB-PA), Jakson Souza e Silva, que denunciou, em Belém, na última segunda-feira (19), que estaria sofrendo ameaças de morte, foi morto com um tiro de escopeta, sábado, à noite por volta de 23h, no bairro da Redenção
A polícia trabalha com a hipótese de uma tentativa de assalto, mas como o advogado estava recebendo ameaças de mortes e os autores dos disparo de arma de fogo não roubaram nada e deram um único tiro certeiro, não se descarta a possibilidade do crime ter sido encomendado por desafetos do Pará.
O presidente da Ordem dos Advogados do Amazonas, Alberto Simonetti, está desde a madrugada acompanhado o desenrolar do caso e está aguardando a chegada do presidente da Ordem do Pará, para tratar do translado do corpo de Jackson Souza, para a cidade de Parauapenas, onde deverá ser velado e sepultado.
Denúncias em Belém do Pará
Na denúncia feita em Belém ao Diário do Pará, Jackson Souza, disse que temia ser assassinado porque os mesmos supostos autores da morte do advogado Dácio Antônio Cunha, em novembro passado, e do atentado a tiros contra o jornalista e blogueiro Wandernilson Santos da Costa, o “Popó”, estariam soltos.
Perguntado sobre quem o estaria ameaçando, Jakson contou que não possui inimigos em Parauapebas, menos ainda clientes insatisfeitos com seu trabalho. O comandante da OAB no município, porém, apontou fatos sobre possíveis motivações para que seu nome fizesse parte de uma lista de pessoas marcadas para morrer no município. Dentre elas figuram ações judiciais contra a gestão do atual prefeito do município, Walmir da Integral (PSD), ligado ao vice-governador do Estado e governador em exercício, Helenilson Pontes. Um dos processos é uma ação popular contra o prefeito de Parauapebas, que já teria pago cerca de R$ 42 milhões para um advogado de Camboriú (SC).
Walmir da Integral, diz Jakson, pretende pagar mais de R$ 119 milhões, mas Jakson ingressou na Justiça com pedido de bloqueio e suspensão de qualquer pagamento. A Justiça deferiu o pedido e proibiu o prefeito de realizar qualquer novo pagamento. “Não descarto que essas ameaças tenham a ver com o Caso Pazinato”, como é conhecida a ação popular, enfatizou ele.
Também relatou que outros dois processos defendidos por seu escritório de advocacia poderiam ter provocado o ódio de políticos e empresários corruptos de Parauapebas. Um deles é uma fraude no transporte escolar. “São fatos incontestes e fartamente comprovados”, salienta, informando que toda a documentação foi entregue à Polícia Federal e aos Ministérios Públicos Federal e Estadual. Jakson também conseguiu suspender uma licitação com suspeita de fraude para aquisição de uniformes escolares pela prefeitura, fato que teria provocado a demissão da secretária de Educação.