Agora em Cingapura, Dunga voltou a ser questionado sobre o gesto que fez já no fim do jogo contra a Argentina no último sábado, em Pequim, na China, quando levou os dedos polegar e indicador ao nariz, apertou as narinas várias vezes e apontou para alguém no banco de reservas rival.
A pergunta, que teve a palavra drogas em sua composição, gerou um mal-entendido entre o técnico da seleção brasileira e o repórter da “TV Globo” Tino Marcos, autor da mesma, e ainda causou confusão por conta da tradução para o inglês.
“Dunga, a seleção foi muito elogiada no jogo contra a Argentina, não tomou gols, mas quando você faz uma avaliação do que aconteceu dentro campo, você faz uma avaliação sua também? Seu comportamento fora de campo, do seu ponto de vista, foi normal? Ou a insinuação de que o pessoal da Argentina usou drogas, você se arrepende?”, questionou o profissional de imprensa.
“Bom, isso quem está falando é você. Como tinha muita poluição, tinha o nariz sempre trancado [não explicou o que o termo significa]. Quem está falando que usou droga ou não é você. Nós estamos trabalhando na seleção brasileira, e eu acredito que o torcedor brasileiro quer um time competitivo e com sangue na veia. Se quiser um time mais tranquilo e ponderado, aí depende das escolhas”, respondeu o treinador.
Quando a intérprete fez a tradução para o inglês, a coisa ficou ainda mais complicada: “A questão é: se você pegar a partida entre Brasil e Argentina, como ele avalia o comportamento dele? Ele disse que havia algo sobre jogadores com nariz trancado e que esse tipo de menção sobre os jogadores usarem drogas veio do repórter.”
Presente na sala onde ocorria a entrevista coletiva, o narrador e apresentador da “TV Globo” Galvão Bueno interveio: “Não foi sobre jogadores. Ele nunca falou sobre jogadores. O repórter nunca disse nada sobre jogadores”, afirmou, em inglês.
As próprias agências internacionais se complicaram ao enviar notícias sobre a a entrevista do técnico. Uma chegou a publicar que Dunga havia dito: “Eu nunca mencionei que os jogadores da Argentina usaram drogas, isto surgiu da mídia.”
Tino Marcos, então, fez a pergunta novamente e deixou claro que não havia citado ou se referido a jogadores. Mesmo assim, fora do microfone, Dunga contestou: “Mas não foi isso que você falou. Você falou sobre jogadores. Eu nunca me referi a jogadores.”
No sábado, as câmeras de TV mostraram o técnico da seleção brasileira apontando para alguém no banco de reservas rival e fazendo o gesto. Do lado de lá, quem retrucava era o assistente-técnico de Gerardo Martino, Jorge Pautasso, que chegou a chamar Dunga de “puto”.
Após a partida, mais calmo, Dunga culpou um massagista pela briga: “Esse massagista cria confusão no showbol, no basquete, no volêi… Ele não é ninguém. Podem ver que, em todas as brigas, ele está lá”, atacou. “O rapaz quer um minuto de glória. Nada contra a profissão dele, mas podem controlar que, em todos os jogos em que ele está, há confusão.”
A seleção brasileira volta a campo às 7h45 desta terça-feira contra o Japão, no Estádio Nacional de Cingapura, naquele que será o quarto confronto da nova ‘era Dunga’. Até agora, o time venceu Colômbia e Equador por 1 a 0 e a Argentina, por 2 a 0. A partida terá acompanhamento em tempo real do ESPN.com.br.