Senador Eduardo Braga visita sete cidades da calha do Juruá

Continuando sua caminhada pelo interior do Amazonas para ouvir a população e saber efetivamente como está vivendo o amazonense de todas as regiões do Estado, o senador Eduardo Braga, presidente regional do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), visitou neste fim de semana (20, 21 e 22 de junho) sete cidades da calha do rio Juruá.

O senador realizou convenções municipais do partido e levou às cidades o projeto “O PMDB Ouve Você”, que tem colhido depoimentos para a elaboração de um plano de governo cidadão. Na sexta-feira (20), Eduardo Braga esteve nos municípios de Guajará, Ipixuna e Eirunepé. No sábado, foi a vez de Envira, Itamarati e Carauari receberem a visita do senador e sua comitiva. No domingo, a programação foi levada à cidade de Juruá.

GUAJARÁ

Ao chegar a Guajará, o senador Eduardo Braga lembrou de quando conheceu pela primeira vez aquela região da calha do rio Juruá que faz fronteira com o Acre. “Conheço Guajará desde 1985, quando fui candidato a deputado estadual pela primeira vez e o Amazonino (Mendes) foi candidato a governador pela primeira vez. Eu vim na comitiva do Amazonino”, lembrou.

O senador ouviu atentamente as demandas das lideranças do município. Melhorias para as comunidades que moram nos ramais e estradas vicinais, reativação da fábrica de gelo para atender aos pescadores, regularização fundiária das terras de produtores rurais do município e mais atenção à agricultura familiar foram algumas das reivindicações ouvidas pelo senador.

Não faltaram também algumas boas notícias para a população de Guajará. “Consegui com a Dilma, aqui para o município, R$ 6 milhões para o asfaltamento do que falta em Guajará. O dinheiro já está na Caixa e a licitação está sendo feita”, disse Braga, que também anunciou a construção de um ginásio coberto com verbas federais na cidade.

IPIXUNA

O completo abandono da cidade foi a principal reclamação do povo de Ipixuna durante a passagem do senador Eduardo Braga, na tarde de sexta-feira (20), pelo município. Empunhando cartazes com pedidos de “socorro”, cidadãos pediram a intervenção do Ministério Público Federal, Polícia Federal, Tribunal de Contas do Estado, Tribunal de Contas da União e Controladoria Geral da União. Umas das lideranças da cidade chegou a afirmar que Ipixuna está no fundo do poço por conta da ausência de promotor, juiz e delegado. A falta de água potável encanada e o fechamento do cartório eleitoral da cidade também foram relatados durante o evento.

As denúncias de que estaria ocorrendo perseguição política em Ipixuna entristeceram o senador. “Estou triste porque, em pleno século 21, depois de o Brasil ter dado tanto exemplo de democracia e liberdade, e de eu ter lutado tanto pelo meu Estado e pelo meu povo, eu me deparo com pessoas sendo perseguidas, ameaçadas, intimidadas. É como se nós não tivéssemos lei, liberdade ou democracia no Brasil”, lamentou o senador.

A situação em que se encontra o município também decepcionou Eduardo Braga. “Não é certo ficar usando do sofrimento do povo para fazer barganhas. É direito seu que sua rua seja asfaltada, que o hospital tenha remédios, que a água seja tratada e encanada. Isso não é favor do prefeito”, afirmou.

EIRUNEPÉ

Continuando sua visita pela calha do rio Juruá, Eduardo Braga esteve na cidade de Eirunepé na noite de sexta-feira (20). Antes de cumprir a agenda oficial no município, contudo, o senador quis fazer um passeio pela cidade para efetivar uma máxima que toma como lema, repete sempre, e que o impele a realizar visitas constantes ao interior do Amazonas: “o que os olhos não veem, o coração não sente”. Pois bem, o coração do senador não se sentiu nada bem com o que seus olhos presenciaram. “Eu vi uma cidade que está abandonada. Nas ruas pelas quais passei o que vi foi muita poeira e muito buraco. Fui lá no porto para ver o que tinha acontecido. Do mesmo jeito que desmoronou e caiu, está: abandonado”, relatou.

Eduardo Braga mais uma vez afirmou que seu foco principal é o povo do Amazonas. “Não estou na vida pública em função dos poderosos. Não quero ficar fazendo acordos dentro de gabinetes onde o único prejudicado é o povo”, afirmou.
Das lideranças de Eirunepé, Braga ouviu reivindicações que se repetem nas diversas cidades por onde tem passado com sua comitiva: fábrica de gelo para os pescadores, quadras de esporte para os jovens desportistas e fim do atraso de salários na educação. O senador também levou um alento à população. “Eu consegui com a Dilma R$ 1 milhão para a conta da prefeitura. Se não aplicarem bem esse dinheiro, cobrem”, orientou.

ENVIRA

A falta de perspectivas para a juventude do município e a dificuldade que o produtor rural tem para escoar e comercializar sua produção foram os as principais reclamações ouvidas pelo senador Eduardo Braga em sua passagem pelo município de Envira, na manhã de sábado (21).

Ao representar a juventude durante a realização de mais uma edição do projeto “O PMDB Ouve Você”, o estudante André Nilson solicitou a instalação de uma unidade da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em Envira. “Ir estudar em Manaus é muito caro. A UEA aqui possibilitaria os filhos de agricultores ou pescadores irem à universidade”, disse o jovem, que também cobrou políticas públicas de saúde que orientem os jovens sobre controle de natalidade e Doenças Sexualmente Transmissíveis.

Representante do setor primário, Marden Mendes falou sobre as dificuldades que o produtor rural de Envira enfrenta. “Temos que fortalecer as associações e cooperativas. O produtor local tem dificuldades em transportar e comercializar sua produção. Até semente falta”, relatou, questionando porque a merenda escolar não é preparada com a produção local para ajudar na reestruturação do setor primário do município.

O senador Eduardo Braga reiterou seu compromisso com o povo. “As pessoas, às vezes, se enganam com o Eduardo. Pensam que porque me conhecem são capazes de fazer que eu traia quem me colocou onde eu cheguei: o povo”.

Braga também falou sobre as denúncias de que estaria havendo perseguição política e ameaças em alguns municípios do interior. “Sempre acolhi os perseguidos. O que vale de verdade é o povo de Envira. Nunca persegui ninguém e nunca deixei de ajudar um município porque determinado prefeito não gostava de mim. O que eu não posso admitir é que o dinheiro público não seja aplicado em obras que beneficiem o povo”, afirmou.

ITAMARATI

A passagem do senador Eduardo Braga pelo município de Itamarati para a realização de uma edição do projeto “O PMDB Ouve Você” teve um tom diferente dos outros municípios pelos quais a caravana já passou. Muitas das reivindicações foram feitas sem microfone, direto ao ouvido do senador, durante interrupções enquanto ele discursava.

Com poucos inscritos para relatar as dificuldades da cidade, dona Rilma foi uma das exceções. Ela reclamou da falta de água potável encanada onde mora, a rua Beira-Rio. Queixou-se também da falta de tratamento na cidade para seu problema de saúde e da impossibilidade de deslocar-se para Manaus para curar-se. A falta de auxílio às vítimas da cheia foi reclamada em forma de faixa. O ex-vereador França deu uma dica de possível razão para o silêncio dos moradores de Itamarati: “Aqui, senador, no momento, não está existindo democracia”, afirmou.

Foi quando Eduardo Braga começou a discursar que as reivindicações ao pé do ouvido tiveram início e alguns problemas da cidade foram surgindo num tom diferente do que se está acostumado a ver durante a realização do “O PMDB Ouve Você”. Falta d’água em toda a cidade, deficiência de emprego e renda, falta de remédios e médicos, falta de segurança e problemas com drogas, ausência de ensino superior na cidade, tudo foi sendo relatado baixinho no ouvido do senador durante intervenções ao seu discurso.

Exaltando a educação como solução para diversos problemas que o interior do Amazonas enfrenta, o senador Eduardo Braga pediu uma salva de palmas aos jovens de Itamarati que estão estudando e procurando melhorar. “Eu acho muito importante a universidade vir para cá. O curso superior é fundamental no mundo moderno. Assim podemos nos aproximar do mercado de trabalho”, afirmou.

CARAUARI

Um projeto que transforme Carauari em um município produtor e Internet de qualidade para comerciantes e jovens estudantes foram algumas das principais reivindicações ouvidas pelo senador Eduardo Braga durante sua passagem pelo município.

Presidente da Associação Comercial de Carauari, Rizo Oliveira declarou, em tom de denúncia, que o município se encontra despreparado para crescer economicamente. “Carauari é uma cidade que só compra. Precisa de um projeto para transformá-la em um município produtivo”, afirmou, dando exemplos como um projeto de pecuária leiteira para abastecer a merenda escolar, projetos de manejo florestal para gerar empregos aos 400 operadores de motosserra da cidade ou um projeto de pecuária de corte para tirar o município da condição de importador de carne.

Rizo Oliveira reivindicou o direito do interior do Amazonas ser desenvolvido. “Temos todo o direito de ter um Índice de Desenvolvimento Humano igual ao do Sudeste do País”, afirmou. Oliveira também reclamou da má qualidade da Internet, no que foi apoiado pela estudante Daiana, representante da Juventude de Carauari. “O sinal de Internet da cidade é um problema sério. Às vezes, passamos dias e mais dias sem sinal. O estudante precisa fazer um trabalho para a escola e não pode”, reclamou Daiana.

O senador Eduardo Braga afirmou que estava triste de ver que o povo de Carauari estava vivendo em ruas esburacadas, cheias de poeira e lama. “Não é com alegria que constato isso. Ao longo dos meus 33 anos de vida pública sempre quis ajudar os mais humildes. Eu queria saber onde está o dinheiro que vem para o povo de Carauari”, questionou.

JURUÁ

No município de Juruá, visitado na manhã de domingo (22) pelo senador Eduardo Braga, sua prática de visitar comunidades rurais no interior do Amazonas foi elogiada pelo líder comunitário José Martins da Silva, o Cazuza, de 62 anos. Líder da comunidade Cantagalo, Cazuza agradeceu Eduardo Braga por ser o primeiro governante do Amazonas a se dispor a ir às comunidades rurais do Estado.

Seu Cazuza afirmou que, quando era governador, Eduardo Braga levou o desenvolvimento à comunidade Cantagalo por meio de implementos agrícolas, inclusive com a doação de um barco para o escoamento da produção. “Eduardo Braga não é assistencialista. Ele dá meios para a gente sobreviver. Quando ele saiu do governo, não se viu mais um governante nem se recebeu mais implementos por aqui”, disse Cazuza.

Estudantes do município reclamaram da merenda escolar que, segundo eles, atualmente só oferece conserva nas escolas estaduais. Eles também reclamaram da ausência de qualidade na telefonia e na Internet no município. A falta de programas sociais, oportunidades e cursos profissionalizantes também foi lamentada pelos jovens.