A Polícia Civil do Rio de Janeiro fechou hoje (12) dois estabelecimentos comerciais que favoreciam a exploração sexual de crianças e adolescentes. O Bar Balcony e o Hotel Lido ficam na Praia de Copacabana em frente ao Fifa Fan Fest, onde torcedores se reúnem para assistir aos jogos da Copa do Mundo.
Investigações da Delegacia da Criança e do Adolescente feitas no bar flagraram menores de idade negociando programas sexuais. Na última diligência, uma adolescente de 13 anos foi encontrada. Em circunstâncias anteriores, jovens de 15 e 17 anos foram identificadas pelos policiais. Segundo as investigações, a exploração se consumava no Hotel Lido, conhecido como Lidinho, próximo ao Balcony.
Em entrevista à Agencia Brasil, ontem (11), quando a decisão de lacrar o Balcony e o hotel foi dada pela Justica Estadual, o gerente do bar, Rodrigo Fuser, negou o agenciamento de adolescentes e de mulheres adultas.
“Temos seguranças aqui pegando a identidade de todo mundo; não deixamos menor entrar”, disse Fuser. Segundo ele, jovens vítimas de exploração nas redondezas não são responsabilidade do bar. “A redondeza é problema da polícia, da guarda municipal, não nosso”, declarou.
Nas cercanias, o Balcony era conhecido por atrair prostitutas adultas e por concentrar adolescentes para a prática da exploração. Um vigia da rua onde fica o bar, que preferiu não se identificar, disse que os programas variavam entre R$ 300 e R$ 500.
“Tem menina menor fazendo programa aqui com dois, três gringos. A gente presencia isso”, revelou. Ele confirmou que o local também atrai o tráfico de drogas. Colocam a droga escondida na placa, no cano, em vários lugares, vem e pegam [para vender]”.
A ação da polícia foi acompanhada pela Fundação para Infância e Adolescência. O assessor da presidência, Alexandre Nascimento, avalia que a ação deve servir de exemplo, e pode ser aplicada em outros lugares.
“Isso é resultado da mobilização nacional em torno do enfrentamento à exploracao sexual, que deu prioridade a essas investigações. Para fechar estabelecimentos como esses tem que ter indícios”, ressaltou.
A Polícia Civil investiga a participação dos administradores do Balcony na exploração de jovens. “Nosso intuito é juntar a maior quantidade de provas para futura condenação e prisão dos envolvidos”, disse o delegado Maia. A pena de prisão pode variar de quatro a 10 anos.