Um protesto de motoristas de ônibus que teve início na manhã desta terça-feira em São Paulo paralisou pelo menos 12 terminais na capital. De acordo com a São Paulo Transporte (SPTrans), sindicalistas organizaram o ato e interromperam a circulação de veículos nos terminais Barra Funda, Pinheiros e Lapa, na zona oeste; Pirituba, na zona norte; Princesa Isabel e Amaral Gurgel, no centro e Sacomã, na zona sul. Além disso, o Expresso Tiradentes, na região sudeste da capital, e os terminais Santana, Casa Verde, Bandeira e Cachoeirinha também foram paralisados.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) resolveu suspender o rodízio municipal de veículos – placas finais 3 e 4, no período das 17h às 20h. Estão mantidas as proibições de circulação nos corredores e faixas exclusivas de ônibus nos horários regulamentados, bem como a Zona Azul e a Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC).
Por volta das 16h, havia 86 quilômetros de lentidão nas vias da capital paulista. A CET recomenda aos motoristas que evitem circular pela avenida Paulista, sentido Consolação, devido presença de manifestantes que ocupam totalmente a via na altura do Masp.
Mais cedo, por volta das 8h30, motoristas e cobradores pararam os ônibus e bloquearam um trecho no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo. Por volta de 12h30, os ônibus continuavam parados no local. Segundo a viação Santa Brígida, que atua principalmente no centro da capital paulista, alguns manifestantes tomaram as chaves de veículos da empresa e furaram os pneus de ônibus para impedir que eles deixassem os terminais. A empresa informou que está tentando negociar com sindicatos e manifestantes, mas disse que ainda não há previsão de retorno à normalidade do sistema de transportes.
meio de nota, a direção do Sindicato dos Motoristas de São Paulo informou que foi surpreendida com as manifestações realizadas na cidade por alguns trabalhadores contrários ao acordo da campanha salarial deste ano.
Nesta segunda-feira, em Assembleia Geral, mais de 4 mil trabalhadores aprovaram a proposta apresentada que prevê, entre outros, o aumento de 10% no salário; ticket mensal de R$ 445,50; PLR de R$ 850,00; 180 dias de licença maternidade. Ficou determinada a criação de uma Comissão para discutir outras questões como convênio médico e situação do setor de manutenção. Segundo o presidente do Sindicato, Valdevan Noventa, será apurada a origem das manifestações e o real motivo do movimento.
Por meio de nota, a SPTrans informou ter acionado a Polícia Militar e que vai solicitar ao Ministério Público a apuração de responsabilidade pelas ações. “A SPTrans repudia com veemência os fatos ocorridos, como a retirada de chaves dos coletivos, impedindo sua circulação, considera os atos sabotagem ao sistema e irá agir com o rigor necessário à apuração e punição dos envolvidos e responsáveis”.