O governador José Melo mostrou, finalmente, o lado oculto de sua face ao deixar claro que seu projeto de reeleição não tem nenhuma medida e que tão pouco está preocupado com rumo que desembocará a sua campanha. Vale de tudo, até mesmo instalar um clima de terror, na máquina do governo, pelo qual empresários são ameaçados e funcionários são demitidos pela simples razão de serem parentes de pessoas ligadas a opositores de Melo.
Não há nenhuma novidade nessas atitudes. Antes mesmo de sentar na cadeira de governador, Melo já havia anunciado que não permitiria trairagem de seus subordinados.
Gato escaldado passa longe de fogão.
No entanto, recorrer a atitudes nada ortodóxas com dos ditames que fortalecem e oxigenam as sociedades democráticas não é bem o perfil que a população do Amazonas fazia de Melo, isso claro, antes de chegar ao poder.
Para comandar a política da perseguição aos inimigos, o governador escalou seu irmão número 1, Evandro Melo, secretário extraordinário de Governo (isso é nepotismo), que é quem está encarregado de espionar a máquina.
O vale tudo da eleição se assemelha ao aparelhamento mesquinho das ditaduras, com blogueiros sendo monitorados ilegalmente para saber quem é quem na imprensa local.
Sabe-se que Evandro tem em mãos vários dossiês de ex-dirigentes de órgãos estaduais, alguns contendo denúncias graves, e apenas aguarda as definições das alianças políticas para virem a público.
É uma forma de chantagear lideranças partidárias para que não se aproximem do inimigo, que para o governador se chama senador Eduardo Braga.
Pelo visto, os comezinhos nove meses de mandato de Melo serão marcados por um pequeno período ditatorial na política amazonense e poderá colocar uma mácula grande em sua biografia política de “reizinho ditador”.
Achacar empresários, demitir funcionários e monitorar a imprensa são atitudes que desmerecem o homem público, mas parece que tudo vale para que o projeto de reeleição de Melo seja concretizado, o resto se vê depois.