A insatisfação da tropa composta por cabos e soldados da Policial Militar do Amazonas, que no dia 27 deste mês, em protesto a um conjunto de reivindicações que o governo empurrava com a barriga, continua em estado de ebulição. O retorno da tropa para os quartéis não significa afirmar que tudo acabou e que o movimento de apenas 12 horas, que gerou a maior crise de gestão do atual governo, não passou de fogo de palha.
Ao contrário disso, os policiais estão atentos, de sobreaviso e, agora, fortalecidos com o apoio explicito de muitos de seus superiores hierárquicos.
À título de informação, publicamos abaixo o desabafo de um oficial superior, major Wilmar Tabaiares, que fez exatamente o que qualquer homem de bom senso faria em respeito à tropa que comanda.
Além de mandar jogar no lixo as refeições (quentinhas) que ele mesmo nomina de “troço”, publicou nas redes sociais da Web o seu desabafo. Veja:
“Nos dois últimos dias tenho testemunhado o descaso para com a alimentação servida pela empresa”ripasa” para os pms….um troço de péssima qualidade…parece que nunca trabalharam com alimentação… esta empresa “suspeita” já fornece alimento para os alunos do estado….tempos atrás os alunos de uma escola da seduc foram internados face a péssima alimentação servida….o caso foi abafado e agora estão entregando a gororoba para tropa…será que o comando não enxerga isso??? Por dois dias informei a quem de direito e nada….só piora…depois achamos a revolta da tropa injusta….será que nós oficiais vamos deixar isso continuar???? será que os praças precisarão mostrar a sua força, pois nós continuamos subservientes??? Já existem dezenas de fotos circulando…. e nós não fazemos nada???? Isso é uma vergonha!!!
P.S mandei jogar fora o troço matinal e também devolver o almoço”…
A atitude de Wilmar Tabaiares é dígna de condecoração. Mostrou que, independentemente de sua condição de chefe, tem vergonha na cara, respeito ao ser humano e, sobretudo, dignidade no comando de homens.
O exemplo de Wilmar Tabaiares é mais do que um tapa de pelica na cara daqueles que contrataram e mantém a prestadora de serviço Ripasa como fornecedora de babuja a seus soldados. É uma porrada bem merecida na cara dos plantonista do governo, preocupados, isto sim, com seus projetos pessoais do que com a situação de penúria do pobre soldado, do sofrido professor, do médico e outras categorias exploradas.