Apenas 15 pessoas, de um total de 20 acusadas de participar de um processo de de exploração sexual no Amazonas, compareceram ao auditório deputada Beth Azize, na Assembléia Legislativa, para depor na CPI da Pedofilia, presidida pela deputada federal Érika Kokay (PT-DF).
Seis dos acusados presentes ao auditório Beth Azize se valeram de recursos jurídicos, como o habeas corpus, para não falar à CPI, ou seja, de permanecerem calados.
A comissão está em Manaus há dois dias para ouvir vítimas, testemunhas e acusados de exploração sexual apontados pela polícia através da operação denominada “Estocolmo”, deflagrada em 2012.
Entre os acusados estão o empresário Waldery Areosa, o filho do empresário e o deputado Fausto Souza.
Segundo informação da relatora da CPI, deputada Liliam Sá (PROS-RJ), a operação Estocolmo identificou a existência de uma Rede de Turismo Sexual em Manaus, ligada a uma rede internacional.
Em Manaus, segundo a deputada, chegavam clientes para programas sexuais com garotas que ganhavam até R$ 10 mil para se submeterem a esse tipo de atividade.
Os denunciados
Aldamor Rodrigues, Anílson Jaime Rodrigues, Asclepíades da Costa, Casemiro Peixoto Vieira, Fausto de Souza Neto, Francisco Ferraz Feitoza, Janaína Tomaz Ribeiro, Jian Marcos Dalberto, José Roberto Afonso, Luciana Canoe Silva, Oscar Cruz Hagge, Pablo Thiago Gomes, Paulo Sérgio Montenegro, Raimundo Sales Pedrosa, Tayla Silva de Souza, Vitório Nyenhuis, Walcimar de Souza, Waldery Areosa Ferreira, Waldery Areosa Júnior e Wilkens Maciel Fernandes.
Frouxos
Durante ncontro na manhã desta sexta-feira, 21, como o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, desembargador Ari Moutinho, a deputada Érica Kokay definiu como “frouxa”a forma como o órgão tem trantado as questões ligadas ao prefeito de Coari, Adail Pinheiro.
Ela também criticou, também, os privilégios dados a Rafael Souza, filho do ex-deputado Wallace Souza, que embora condenado, tem seido visto em ezeventos livremente.
“Isso é frouxidão dos desembargadores” definiu Érica, para constrangimento do presidente da Corte, Ari Moutinho, que pediu que a deputada prove que a corte é frouxa.
Quanto a Rafael Souza, Moutinho foi enfático: “não sou carcereiro de presídio nem trabalho na Secretaria de segurança Pública”.
NOTA DE REPÚDIO
O presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargador Ari Jorge Moutinho da Costa, vem a público repudiar com veemência a afirmação da presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que apura denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes, da Câmara dos Deputados, Erika Kokay, de que a “Justiça do Amazonas é frouxa”.
Trata-se de uma declaração extremamente ofensiva e desrespeitosa para com o Judiciário Estadual, atingindo a honra e a dignidade seus servidores e magistrados, profissionais que aqui estão, dia após dia, levando a Justiça aos lugares mais longínquos do Amazonas. Tal expressão desmoraliza e desmerece todo o trabalho realizado por este Poder.
E por isso não se pode aceitar, sob qualquer hipótese, que a presidente de uma Comissão Parlamentar de Inquérito faça uma declaração como essa, principalmente após ter este Tribunal de Justiça repassado tudo o que foi solicitado pela CPI para esclarecimento da verdade, dentro dos limites judiciais, no que tange aos processos relacionados à exploração sexual de menores de idade e favorecimento à prostituição, envolvendo o prefeito de Coari, Adail Pinheiro, procurando assim colaborar ao máximo para as atividades da Comissão.
O que mais surpreende é que, em momento algum, enquanto estive reunido por mais de duas horas, nesta sexta-feira (21), com integrantes da CPI e assessores, houve, por parte da referida deputada, qualquer referência ao termo utilizado nessa afirmativa. É de se estranhar, portanto, que, ao presidente da Corte, o representante máximo deste Poder, tal expressão não tenha sido mencionada. Se assim o fosse, seria rebatida de imediato por mim. Contudo, foi feita à imprensa.
A Justiça amazonense exige e merece respeito para com suas atividades, seus magistrados e servidores. Este Poder tem uma missão árdua, espinhosa, porém, crucial para a manutenção da ordem jurídica e a paz social. Não se pode admitir que este trabalho seja maculado.
Nunca houve tanta transparência nas ações deste Tribunal, que está e sempre estará à disposição da sociedade.
Desembargador Ari Jorge Moutinho da Costa
Presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas