Um jovem de 16 anos foi achado morto na madrugada do último sábado (11), na Avenida 9 de julho, no centro de São Paulo. O adolescente foi visto anteriormente em uma balada destinada a homossexuais no bairro da República.
Kaique Augusto Batista dos Santos foi encontrado com sinais de espancamento e tortura, entretanto, o boletim de ocorrência foi registrado pela Polícia Civil no 2ºDP (Bom Retiro) como suicídio. A Secretaria de Segurança Pública afirmou que não irá comentar as causas da morte, já que os laudos são sigilosos.
De acordo com amigos, Kaique teria informado que havia perdido sua carteira e seu celular, desaparecendo pouco depois. O jovem, homossexual, foi encontrado com hematomas na cabeça, uma barra de ferro cravada na perna e sem os dentes.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Tayna Innocencia Chidiebere Uzor, irmã de Kaique, diz que o adolescente pode ter sido vítima de skinheads. “Eles gostam de bater e torturar com as próprias mãos. Têm prazer de tirar a vida de homossexuais”, explicou a jovem de 19 anos.
O enterro ocorreu na manhã de ontem no Cemitério Valle dos Reis, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Devido às condições do corpo, não houve velório. Os familiares de Kaique só puderam realizar o reconhecimento do cadáver na terça (14), quatro dias após a agressão.
A família diz ter ido ao menos três vezes ao IML (Instituto Médico Legal) e não conseguiu a liberação do cadáver. Além disso, o corpo foi mantido fora da geladeira devido à superlotação do local.