No centro comercial da simpática cidade de Benjamin Constant, localizada na região do Alto Solimões, extremo norte do Amazonas, não estão apenas os fitoterápicos peruanos produzidos à base de uña de gato ou “sangre de grado” à disposição dos habitantes dos dois países vizinhos.
Não, Em BC tem muito mais, principalmente na movimentada Praça da Bandeira.
Além dos fitoterápicos podem ser encontrados diferentes tipos de alimentos, tais como carne de animais silvestres, por exemplo, fortemente presente na culinária benjaminense e, também, nas demais cidades (Tabatinga, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença, entre outras) da região do alto solimões.
Entre as mais comuns destacam-se a carne de queixada, caititu (porco do mato), paca, tatu, veado, anta, além das aves, como mutum, pato do mato, marreco, jacu; os quelônios (tracajá, tartaruga, iaçá, jabuti), também, são bastante consumidos, assim como os seus respectivos ovos, para delicioso arabu, que nada mais é do que ovo mexido com açúcar e farinha.
Para os consumidores de gosto e paladar mais exótico, os feirantes da Praça da Bandeira quase sempre dispõem de boa posta de carne de cobra ou de macaco.
E não são poucos os que procuram. Às exceções são quase inexistentes.
O consumo de carne animais silvestre em Benjamin Constant e municípios vizinhos é algo natural , um costume que faz parte da cultura do povo da região herdada não só dos hermanos de nacionalidade peruana mas, também, das diferentes etnias indígena – tikuna, kambebe, matiz, marubo, Mayoruna, Kanamari, Kulina, entre outras.
O consumo de carne de animais silvestre na região, apesar de proibida, é uma alternativa alimentar que permite, sobretudo, à população baixa renda, refeição rica em proteína.
À exceção da carne de cobra e de macaco, as demais podem ser adquiridas à razão de R$ 5,00 o quilo – menos que a metade do preço da carne comum de boi comercializada na cidade.
E tudo isso bem diante dos olhos complacentes das autoridades ambientais e dos órgãos de repressão do estado.