A polícia islandesa, tão pouco confrontada com a criminalidade, foi obrigada, nesta segunda-feira, pela primeira vez em sua história, a atirar em um homem – que morreu em decorrência dos ferimentos.
Este é um incidente “sem precedentes” na Islândia, declarou o diretor da polícia, Haraldur Johannessen, durante uma coletiva de imprensa em Reykjavik.
Este país, com uma população de apenas 322 mil habitantes, tem uma das menores taxas de criminalidade do mundo e os agentes da polícia usam suas armas de forma muito excepcional. A Islândia conta apenas com pouco mais de 600 policiais.
A vítima seria um homem desequilibrado de pouco menos de 60 anos de idade que, por razões desconhecidas, começou a atirar às 03h00 com um rifle de caça de seu apartamento na capital, onde morava sozinho.
Após a evacuação do prédio, a polícia tentou em vão entrar em contato com o homem. Em seguida, jogou granadas de gás lacrimogêneo pela janelas para tentar detê-lo.
“Isso não funcionou e o homem começou a atirar novamente a partir das janelas de seu apartamento”, explicou o diretor da Polícia de Reykjavik, Stefan Eiriksson.
Uma equipe especializada conseguiu entrar no apartamento às 06h00 e foi recebida a tiros. Os policiais responderam ao ataque atingindo o homem, que não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital para onde foi levado.
“A polícia lamenta o incidente e expressa suas condolências à família “, disse Johannessen.
Uma investigação para determinar as razões que levaram o indivíduo a disparar e ver se ele estava sob a influência de álcool ou qualquer entorpecente foi aberta pela polícia.
Os rifles de caça são relativamente comuns na casa dos islandeses, mas os homicídios são muito raros. Em alguns anos – como 2003, 2006 e 2006 – nenhum caso foi registrado. Do contrário, é possível contar este tipo de crime com os dedos das mãos.
“Em comparação com outros países, a criminalidade é bem menor do que em outros países desenvolvidos. Isso se dá, por um lado, graças à alta qualidade de vida e ao número reduzido da população e, por outro, pela formação e capacitação das forças de ordem”, avalia um relatório anual sobre segurança elaborado pela embaixada dos Estados Unidos em Reykjavik.
“Sempre existem delitos, como pequenas agressões, carros arrombados, ataques contra bens pessoais, especialmente em Reykjavik. A maior parte deles é atribuída a jovens delinquentes e a usuários de drogas”, continua o relatório.