Militares colocavam em alto volume canções populares de George Harrison, Julio Iglesias, Nino Bravo e até Roberto Carlos durante dias como forma de gerar sofrimento nos detentos
Prisioneiros encarcerados em centros de tortura da ditadura de Augusto Pinochet, no Chile, enfrentavam não só o flagelo físico, mas também o psicológico.
Militares colocavam em alto volume canções populares de George Harrison, Julio Iglesias, Nino Bravo e até Roberto Carlos durante dias como forma de gerar sofrimento nos detentos, de acordo com um estudo realizado por Katia Chornik, da Universidade de Manchester, no Reino Unido.
Em entrevistas à agências internacionais, a pesquisadora contou que as músicas também serviam para abafar gritos em sessões de tortura, mas acabavam trazendo conforto aos presos políticos.
Prisioneiros encarcerados em centros de tortura da ditadura de Augusto Pinochet, no Chile, enfrentavam não só o flagelo físico, mas também o psicológico.
Militares colocavam em alto volume canções populares de George Harrison, Julio Iglesias, Nino Bravo e até Roberto Carlos durante dias como forma de gerar sofrimento nos detentos, de acordo com um estudo realizado por Katia Chornik, da Universidade de Manchester, no Reino Unido.
Em entrevistas à agências internacionais, a pesquisadora contou que as músicas também serviam para abafar gritos em sessões de tortura, mas acabavam trazendo conforto aos presos políticos.
“Na chamada ‘no-touch torture’ ou tortura sem contato, que foi desenvolvida pelos Estados Unidos desde os anos 50 e que ainda é observada no contexto da guerra ao terror, são usadas músicas e sons como forma de saturar os sentidos e provocar desintegração psicológica”, explica a especialista à agência AFP.
“Havia um centro de tortura na rua Irã de Santiago que os agentes chamavam de ‘discoteca’: o objetivo era calar os gritos dos prisioneiros”, conta Chornik.
Na trilha sonora dos centros de repressão de Pinochet estão canções como “My Sweet Lord”, de George Harrison, “Eu quero apenas”, de Roberto Carlos, e “Venceremos” e “Libre”, de Nino Bravo. Segundo o diário “Daily Mail”, um ex-prisioneiro afirmou que alguns militares também costumavam cantar enquanto torturavam detentos.
O uso da música como forma de tortura não é uma invenção da ditadura de Pinochet. Segundo registros, a técnica também era usada em campos de concentração nazistas e na prisão de Guantánamo, dos EUA.
Fonte – Agência Globo