Um dos mais angustiantes dilemas sociais enfrentados pelas crianças nas regiões ribeirinhas do Amazonas é a educação.
Centenas delas jamais pisaram em uma sala de aula por falta de escolas e estímulo para chegar na mais próxima da comunidade que vive.
As grandes distâncias entre a casa do aluno riberinho e a escola mais próxima, além da falta de transporte regular, estão entre as causas que mais tem contribuído para afastar a criança da sala de aula.
“É muito difícil segurar uma criança cansada e com fome em sala de aula. Elas vêm no primeiro mês, no terceiro, mas não voltara pra concluir o segundo semestre”, comenta a professora do Gume do Facão, na região do Rio Juruá.
Além de cansados e com fome, o padrão das escolas do beiradão amazônico não oferece as mínimas condições de conforto às crianças. As escolas são extremamente pobres – se é que taperas cobertas de palha podem ser consideradas como escolas.
A maioria, sequer, tem sanitário.
Água potável para beber só quando chove e a professora consegue apara. Durante as aulas, os alunos parecem mais uma chaleira por falta de venlidação .
“Tudo isso interfere no aprendizado do aluno”, comenta a professora, que alertou ser difícil chamar atenção do aluno: “O calor é muito forte e faz com ele se distraia ou durma. A gente se esforça, mas os resultados não são os melhores”, destaca a professora, que criticou a falta de iluminação e alimentos para merenda escolar.
Quanto a falta de banheiro, a humilde professora baixou a cabeça e completou: “vão para o mato e fazem suas necessidades como gato”.
Apesar das dificuldades, algumas crianças conseguem mudar de série no final do ano letivo.
Mas, por falta de opção completar o ensino a grande maioria fica sem estudar antes de completar 10 anos.