Os municípios amazonenses da região do Alto Solimões formam um bolsão de miséria onde, segundo a ONU, a renda média diária de cada cidadão não ultrapassa os dois dólares.
É um índice igual ao dos países mais pobres do mundo. Lá, nenhuma ação do governo chega a contento, como exemplifica o atraso de mais de 420 dias para a entrega de obras na área de segurança pública nos municípios da região.
E para completar a tragédia, no ano de 2008 aconteceu na região do Alto Solimões ocorreu, o rumuroso escândalo da Pampulha, no qual a empreiteira Pampulha Construções e Montagens Ltda sacou R$ 17 milhões das contas do governo estadual por obras não realizadas nos municípios daquela região.
A denúncia saiu na imprensa e o que ocorreu foi uma verdadeira armação, que envolveu principalmente o Tribunal de Contas do Estado (TCE), para encobrir a falcatrua.
Era assim a situação dos locais que deveriam receber as obras por ocasião do saque de R$ de 17 milhões
Uma vez descoberta a fraude, TCE e Ministério Público do Estado (MPE) montaram uma ópera bufa para esclarecer as denúncias.
Os dois órgãos criaram uma comissão para verificar in loco a veracidade dos fatos: se um pacote de obras em infraestrutura foi ou não realizado nos municípios.
Seis meses depois da partida dos técnicos do TCE e do MPE nenhum relatório foi apresentado e ninguém sabia dizer se as obras existiam ou não.
Enquanto a fiscalização pelos órgãos competentes escorregava na lenga-lenga oficial, a Pampulha fazia a toque de caixa as obras fantasmas que foram pagas antecipadamente.
Três anos depois, a resposta que o TCE prometera dar à sociedade sobre o escândalo Pampulha ficou apenas na bravata de seu ex-presidente, Raimundo Michilles.
Hoje, uma nova leva de denúncias chega da região do Alto Solimões. Quem aposta que o TCE e o MPE, dessa vez, vão agir rápido para resguardar o dinheiro público?
Municípios do Alto Solimões:
Tonantins, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Tabatinga e Jutaí.