Mesmo com cinco secretários e empresas contratadas de fora Educação no Amazonas é mal cuidada

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À exceção dos funcionários vinculados à educação no estado poucos são aqueles que, no Amazonas, sabem que a Secretaria de Educação (Seduc) tem cinco secretários: Rossiele Soares (titular), Carina Mafra Hagge (Executiva), Nazaré Sales Vicentin (Capital), Oceania (Interior), Magali Régis (Pedagógica) e Marcelo Campbel (Adjunto).

Cinco secretários parece demais para uma educação mal cuidada, de resultados pífios, tímidos, tacanhos e vergonhosos, sobretudo.

Infelizmente, todos os que compõem a base da Seduc – pessoas do mais alto valor profissional – pagam pelo erro daqueles que nada sabem de política educacional, porque os seus interesses falam mais alto do que a educação, porque estão mais preocupados com seus bolsos, com a manutenção do status quo e, ainda, em usar o maior órgão da administração direta do estado como curral eleitoral.

Por mais absurdo que pareça essa é a mais pura verdade.

Basta lembrar das circunstâncias que afastarame Gedeon Amorin do cargo de secretário, para ficar apenas com um exemplo.

O mais lamentável, ainda, é ter no comando do órgão um advogado, lá dos pampas gaúcho, que chegou a Manaus em 2008 como funcionário da Bain & Company, empresa de consultoria que mantém contratos com a Seduc, sem licitação, no valor de R$ 5,9 milhões para consultoria, segundo dados do portal Transparência do Governo do Estado.

Nada contra dos gaúchos, que são gente boa demais e, sobretudo, cidadãos brasileiros. E viva os gaúchos.

Agora por quê não um amazonense na Seduc, um caboclo da terra, da gema, bom de português, professor, como Odenildo Sena, Ruth Prestes, Antonio Valente, Ademir Ramos Carlos Gomes, Nobre Leão, Raimundo Nonato Pinheiro, Amercy Souza, Gilson Monteiro – todos conhecedores da realidade do beiradão, das comunidades indígenas e da grande Manaus?

É verdade que, embora tenha-se engendrado no serviço público com aquela forcinha do amigo e diretor do departamento de Logística do Seduc, Eduardo Lacerda, Rossiele foi aprovado por onde passou, inclusive, na Comissão Geral de Licitação (CGE),.

Mas no Amazonas o que não falta é gente competente, experiente e comprometida com a terra para se trazer de tão longe respeitável advogado, executivo insuspeito da Bain & Company, para dirigir a educação no estado.

E mais: por quê contratar empresas de fora, como a paulista Bain & Company, para treinar, qualificar, formar professores no Amazonas se, aqui, os valores nada ficam a dever para os mais renomados técnicos de outras plagas?

Mas não é só a Bain & Company que se enraizou na Seduc, não. Existe, também, a Sangari do Brasil, com contrato de R$ 68,3 milhões, sem licitação, para treinar professores.

A Seduc tem o segundo maior orçamento do Estado, que corresponde a R$ 1,3 bilhão.

3 COMENTÁRIOS

  1. Meu amigo Castelo, seu blog era o que estava faltando.
    Quanto ao lauout, deverias colocar a tua foto junto ao título do blog. No mais, está bom.
    Quanto ao conteúdo, sei que serás independente até aonde se dá o limite do embate entre a verdade e a honra, e a pusilanimidade e a bajulação, com a vitória da primeira.
    Como sabes, tenho um blog no google, o qual eu mesmo “desenhei” e, como não tenho muito tempo para escrever, no mais das vezes repercuto matérias, artigos, editoriais e notícias, com as quais eu concordo, evidentemente.
    Passarei a acompanhar o teu blog e sempre que achar interessante também replicarei as matérias que achar interessante.
    Meu leque de assuntos é mais nacional, até porque as notícias daqui dão sono de tão provincianas, como a notícia dando conta de que o deputado federal Francisco Praciano apoia financiamento público de campanha e de que acredita que assim não haverá caixa dois. De onde ele tirou essa ideia? O caixa dois é uma praga sancionada por Lula, o guru dele, que se alastra à medida que a carga tributária se eleva e empurra o empresariado para a meia-informalidade do “com ‘nota’ ou sem ‘nota'”. Carga tributária que faz com que a arrecadação recorde de tributos seja destinado à malversação, roubo mesmo, pelos larápios que infestam o governo corruPTo que se apoderou do país.
    Talvez ele seja até bem-intencionado, mas irá “para o inferno pela primiera vez” ao apoiar um PL que destinará para o PT, seu partido, a maior fatia do dinheiro público que for destinado ao financiamento de campanha, conforme a proposta que ele está apoiando. Isto simplesmente engessaria a representatividade naquela que hoje existe. Se for com voto em lista, aí ele “irá para o inferno pela segunda vez”, pois isto acabará mandando para as casas legislativas apenas os paus-mandados dos caciques… É brincadeira, meu irmão!
    Vamos “pra rua”, mano, empurrar esses políticos para a lata de lixo de história. Vamos apoiar financiamento de campanha em igualdade de condições para todos, isto : um candidato, um orçamento (cerca de R$ 7,00 por eleitor, proporcional ao número de candidatos de cada partido – e não de votos obtidos na última eleição, como querem). E isto com o TCU fiscalizando tudo. Também, voto distrital, tornando o voto majoritário, mais barato e mais representativo. Da mesma forma, o fim dos suplentes de senador. Vamos ficar com o segundo mais votado e pronto. Vamos fazer a limitação de duas eleições para o parlamento e o voto recall, isto é, mandar pra casa o político relapso (a revogação do mandato, nas urnas). Isto sim, é uma senhora reforma. Isto está de acordo com o ronco das ruas. Pelo menos com as ruas do restante do país, uma vez que por aqui o que se viu foi gente pelega e paus mandados de políticos – Psol, PCdoB, PCO, etc., irem pra rua para sacanear o Arthur Neto…

  2. Vou comentar a questão “educação no Amazonas”.
    Infelizmente, educação ainda não é prioridade para a nossa sociedade. Em parte, pelo preconceito das classes dominantes em achar que educação é destinada apenas para os participantes dessa classe. Isso é miopia intelectual, mas que contamina o ambiente político, que é onde as grandes decisçoes são tomadas. Miopia porque, sem educação das classes inferiores, a continuidade da dominação destas por aquelas fica comprometida. Hoje, como sempre, um empregado limitado em sua capacidade de tomar decisão que não permita que o seu trabalho seja melhor em quantidade e qualidade, diminui a capacidade de competitividade das organizações, as quais, sem ganhos de competitividade, declinam e saem do mercado, fazendo com que a classe dirigente, a elite, que não valoriza a educação de seu empregados, também sofram com isso.
    Assim, por preconceito e burrice, a classe dirigente não pressiona os governantes a garantirem uma melhor educação para todos.
    Sem a pressão das classes superiores e média, os governantes acabam por se servirem de um grande orçamento que é o da educação, com cweca de 4% do PIB, apenas para fazer negócios com empreiteiros nas construções, reformas, compras de materiais, livros, fardamento, merenda e serviços gerais, relegando os professores e a sala de aula a um segundo plano.
    Portanto, questões fundamentais como currículo, carreira, estrutura educacional, treinamento, material didático, gestão escolar, apreensão de conteúdo, envolvimento com a comunidade, etc. fiquem à espera de um milagre.
    Para isso, o povo nas ruas não trará nenhuma mudança se a classes dirigentes não derem ouvido aos seus clamores.
    Oxalá os governantes percebam que já passou da hora de brincar com a paciência do povo.

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