Na infância é comum as crianças terem preferência por determinados alimentos e evitar outros e, com o passar dos anos, a alimentação tende a ser mais diversificada. Mas em alguns casos, é notado um padrão na hora de escolhê-los, restringindo a dieta pela aparência da comida. Esse comportamento pode estar relacionado ao transtorno alimentar restritivo evitativo (Tare), trazendo prejuízos para o desenvolvimento físico, cognitivo e psíquico dos indivíduos. Com informações de Metrópoles.
Diferente de outros transtornos alimentares, o Tare não está relacionado à aparência física mas sim à sensibilidade em relação às características dos alimentos: textura, cor, sabor, aparência, temperatura, cheiro. “É preciso deixar claro: o Tare não é falta de fome, dieta, manha ou paladar seletivo. Se trata de um transtorno que pode gerar consequências para a saúde”, conta a psicóloga Gabriella Ciardullo, da clínica Biotipo.
Ele é mais comum na infância e na adolescência e tende a perder força ao longo da vida, contudo pode persistir até a idade adulta. Segundo Gabriella, ao longo do aprendizado alimentar, o indivíduo cria suas próprias restrições baseados naquilo que o faz se sentir mais à vontade ou não. Crianças que são seletivas e não são estimuladas a terem uma alimentação melhor, tendem a se tornarem adultos com maiores dificuldades em aceitar novos sabores e aspectos alimentares.
A nutricionista Fernanda Machado, do 4MOVE Centro de Treinamento Personalizado, explica que não existe um padrão. “Em cada indivíduo ele se manifesta de uma maneira, tornando o diagnóstico mais difícil também. Pessoas muito seletivas, ou seja, que não aceitam uma grande variedade de alimentos e/ou que se contentam com poucas opções alimentares”, diz.
A restrição pode levar a prejuízos nutricionais e energéticos, provocando apatia, falta de energia, falta de concentração, piora da memória, dificuldades sociais e depressão, por exemplo.
“Os alimentos são substratos primários para produção de hormônios que nos fazem socializar, interagir, raciocinar e nos locomover. Então, se existe essa deficiência pela restrição ou privação, com certeza há comprometimento em alguma dessas áreas ou de todas”, completa a nutricionista.








