Em São Sebastião do Uatumã, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) realizou inspeção para verificar a falta de agências físicas do Banco Bradesco S.A. no município e as condições dos serviços ofertados à população. A diligência foi realizada pelo promotor Christian Anderson Ferreira da Gama, com o objetivo de instruir notícia de fato para apurar a situação.
A ausência de agências bancárias da empresa vem causando transtornos na cidade, principalmente para pessoas idosas e funcionários públicos municipais, cujos pagamentos são realizados predominantemente por esse banco. A situação exige que os clientes da rede se desloquem para Urucará, município com a agência mais próxima, fato que demanda gastos e viagens de barco.
Durante a vistoria, ficou comprovado que não há agências da instituição, somente dois caixas expressos em toda a cidade. Um dos pontos está localizado em um supermercado, enquanto o outro opera dentro de uma loja. Nos dois pontos, o atendimento é feito pelos próprios funcionários dos estabelecimentos, sem qualquer vínculo com o Banco Bradesco.
No primeiro local fiscalizado, ficou comprovado que os clientes só conseguem realizar operações bancárias básicas, como saques, depósitos e pagamentos, enquanto serviços relacionados a senhas, desbloqueios de cartões ou problemas cadastrais não são oferecidos. Também não há caixa eletrônico e o atendimento não é integral, de forma que o ponto opera em conformidade com o expediente do estabelecimento, funcionando de 8h às 12h e de 14h às 18h.
O segundo ponto expresso também não tem caixa eletrônico ou serviços de senha ou cartão, funcionando apenas para saques e depósitos. Os demais serviços estavam inoperantes.
No relatório da fiscalização, o promotor Christian Gama destacou que o posto de atendimento físico do banco, com gerente e funcionários vinculados à empresa, fechou em 2024.
“Os correspondentes bancários oferecem apenas serviços básicos, não existindo qualquer suporte local para serviços essenciais. Para ajustes cadastrais ou resolução de problemas, o usuário deve deslocar-se de barco até a agência situada em Urucará, às custas dos clientes, o que representa obstáculo relevante ao acesso ao serviço bancário, em especial para pessoas idosas ou com deficiência”, ressaltou o promotor.








