‘A gente opera no limite do caos’, diz Reed Hastings, fundador da Netflix

Imagine uma empresa onde ninguém sabe a hora que você entra, não confere despesas de viagem e nem seus dias de férias. Além disso, você é encorajado a fazer gastos relacionados a trabalho – sem limite nem necessidade de pedir a assinatura de um diretor. Parece utópico? Pois esses são elementos do modelo que a Netflix, referência em serviços de streaming, vem adotando há 20 anos. “A gente opera no limite do caos”, definiu Reed Hastings, fundador e copresidente da empresa, em entrevista ao Estadão.

Porém, o executivo, que está lançando um livro sobre a “experiência Netflix” – A Regra é não ter Regras, que sai no Brasil pela Intrínseca –, explica que entrar (e permanecer) nesse “clube” é mais difícil do que parece. Junto com a liberdade de tomar decisões e até de chamar a atenção do chefe, vem também um sistema de avaliação constante, que separa os funcionários “excepcionais” dos “adequados”. Para esses últimos, o destino não é treinamento ou aconselhamento – e sim demissão.

Na trajetória de empresa em apuros – que tentava vender a operação de envio de DVDs pelo correio à então poderosa Blockbuster para pagar US$ 50 milhões em dívida – a negócio multibilionário, Hastings disse ao Estadão que a cultura foi o que “segurou as pontas” do negócio. “É por causa da nossa cultura que nós fomos tão bem-sucedidos”, disse. “O foco na liberdade de decisão e na criatividade continua muito similar ao que era no início.”

Algumas mudanças, porém, foram incorporadas ao longo do tempo, entre elas um certo “tempero” do jeito brasileiro de se relacionar. Que ele garante: pode ser benéfico para a Netflix no longo prazo. Com informações de Estadão.