O perfil dos investimentos produtivos feitos por estrangeiros no Brasil está se alterando. Levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), com base em dados do Banco Central, mostra que o setor primário da economia brasileira, puxado pela extração de petróleo e minerais, recebeu nos últimos anos fatia maior de recursos voltados para novos projetos empresariais ou compra de participação em negócios já existentes. Em contrapartida, a parcela de investimentos para a indústria encolheu.
Os dados compilados pela Sobeet mostram que, de 2011 a 2018, o setor primário recebeu 14,3% dos Investimentos Diretos no País (IDP) direcionados a participação no capital, considerando a média do período. No intervalo de 2019 a junho de 2020, o porcentual saltou para 24,9%.
Nos mesmos períodos, os investimentos dos estrangeiros na indústria passaram de 34,6% do total para 22,7%. No setor de serviços, foram de 50,6% para 51,9%. O IDP engloba operações como fusões e aquisições, construção de novas instalações, reinvestimento de lucros auferidos em operações no exterior e empréstimos entre empresas de um mesmo grupo econômico.
No período de 2019 a junho de 2020, o aporte total em participação no capital, considerando todos os setores, somou US$ 63,3 bilhões. Considerando o estoque atual de IDP, entre os principais investidores estão países como Estados Unidos, Espanha, França e China.
Por trás da maior atratividade do setor primário – que reúne agricultura, pecuária e extrativismo mineral – está o dinamismo da extração de petróleo e gás e da extração de minerais. No caso do petróleo, a fatia dos investimentos recebidos saltou de 8,3% no período de 2011 a 2018 para 17,2% no intervalo de 2019 a junho de 2020. A parcela da mineração foi de 2,9% para 4,5%. Com informações de Estadão.







