Minsk | AFP e Reuters Dezenas de milhares de bielorrussos voltaram a desafiar, no domingo (6), a feroz repressão do ditador , em manifestações massivas que não mostram sinal de arrefecer após quase um mês de uma eleição que a oposição acusa de fraudulenta.
Colunas de manifestantes com bandeiras brancas e vermelhas, cores da oposição, partiram de vários bairros da capital, Minsk, e formaram dois impressionantes desfiles nas avenidas que convergem para o centro, com gritos pedindo a saída do ditador, que há 26 anos lidera o país com mão de ferro.
Depois se dirigiram ao Palácio da Independência, que estava cercado de um grande dispositivo de segurança.
Segundo jornalistas da AFP, a mobilização foi maior neste domingo do que nos anteriores e concentrou mais de 100 mil pessoas.
As forças de ordem foram deslocadas em massa, reagindo com canhões de água. Autoridades policiais isolaram o centro da cidade, e veículos blindados, inclusivo do exército, foram posicionados em locais estratégicos. As estações de metrô estavam bloqueadas com barreiras de arame farpado.
O ministério do Interior disse que foram presas ao menos 100 pessoas, segundo a agência russa Interfax. A mesma publicação afirma que houve vários feridos após a polícia tentar desmobilizar um protesto em frente a uma fábrica estatal de tratores.
Há vários dias, estudantes e outros setores da população enfrentam a repressão brutal às manifestações, protestando contra o que consideram fraude na reeleição de Lukashensko no último 9 de agosto.
Lukashensko , por sua vez, aparece regularmente com um fuzil automático na mão para chamar de “ratazanas” os manifestantes.
O ditador, que denuncia uma conspiração ocidental contra ele, recorreu ao apoio de Moscou, que parece disposto a fornecê-lo, conforme evidenciado pela visita nesta semana a Minsk do primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin.
A líder da oposição Svetlana Tikanovskaya, refugiada na Lituânia e que se considera a vencedora da eleição, deve visitar Varsóvia na próxima quarta-feira (9) para se encontrar com o premiê polonês, Mateusz Morawiecki.
Ela havia assumido a candidatura à Presidência da Belarus depois que seu marido, o blogueiro Siarhei Tikhanovski, foi preso pelo regime de Lukachenko.








