Bolsa fecha o último pregão do mês com queda de 2,7%; dólar fica a R$ 5,48

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, encerrou na mínima do dia e com forte queda de 2,72%, aos 99.369,15 pontos, na segunda-feira, 31, no último pregão de agosto. Apesar da sessão ter sido marcada pela cautela com o Orçamento de 2021, prevaleceu nos negócios o movimento de venda de ações característico do final do mês. Esse cenário de ajuste também afetou o dólar – hoje, a divisa fechou com alta de 1,21%, a R$ 5,4806, em um dia negativo para boa parte das moedas emergentes. 

O Orçamento de 2021 considera uma projeção de receita primária total R$ 1,560 trilhão, abaixo dos R$ 1,671 trilhão estimado na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso em abril. Já As despesas totais devem chegar a R$ 1,516 trilhão no próximo ano. Em 2020, com os gastos emergenciais para o enfrentamento da pandemia de covid-19, os gastos totais estão estimados em R$ 1,982 trilhão. Já o limite do teto de gastos foi fixado em R$ 1,485 trilhão.

“A sinalização dada pela proposta de Orçamento para 2021 não foi ruim, veio dentro do que o mercado esperava. A previsão de déficit foi um pouquinho menor do que o mercado estimava. É uma proposta realista, o que agrada, e, com relação a despesas primárias, mostra um enfoque diferente em relação a 2016 [quando Dilma Rousseff deixou o governo, em razão de ‘pedaladas fiscais’]”, observa Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. 

A falta de acontecimentos na área econômica também pesou. “Não tem notícia positiva que sustente o índice, então os ‘vendidos’ acabam prevalecendo em ajuste técnico de fim de mês”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença. Alguns movimentos de venda em ações específicas, como a queda de 5,92% de Hypera, contribuíram para sustentar o volume neste fim de sessão.

Assim, apesar de ter se mantido sem interrupções na marca de seis dígitos entre os fechamentos de 14 de julho e 14 de agosto, e devolvida algumas vezes desde então, o principal índice da B3 ficou abaixo dos 100 mil pontos nesta segunda-feira, saindo de 102.141,62 na máxima da sessão, com abertura a 102.141,53 pontos. Dessa forma, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, interrompeu em agosto uma série de quatro ganhos mensais consecutivos, e expressivos, desde o abismo de 29,90% março. Com os resultados, a Bolsa encerrou o mês com perda de 3,44% e cede agora 14,07% no ano. Com informações de Estadão.