247 – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que não existem documentos para comprovar como aconteceu a morte de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, durante a ditadura militar. O chefe do Planalto questionou a veracidade dos documentos produzidos pela Comissão Nacional da Verdade, criada pela ex-presidente Dilma Rousseff.
Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira era membro do grupo Ação Popular (AP), organização contrária ao regime militar. Ele foi preso pelo governo em 1974 e nunca mais foi visto.
“Nós queremos desvendar crimes. A questão de 1964, não existem documentos (dizendo) se matou, não matou, isso aí é balela. […] Você quer documento para isso, meu Deus do céu. Documento é quando você casa, você se divorcia. Eles têm documentos dizendo o contrário?”, disse Bolsonaro nesta terça-feira (30) ao deixar o Palácio da Alvorada após se reunir com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Bolsonaro afirmou que, “se a OAB quiser”, pode explicar como “o pai dele desapareceu no período militar”.
“Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB? Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele. Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de Janeiro”, disse.
Felipe Santa Cruz anunciou que irá ao Supremo Tribunal Federal pedir que o presidente diga o que sabe sobre o desaparecimento do seu pai. Questionado se daria explicações perante à Corte, Bolsonaro afirmou: “O que eu sei é que não tem nada escrito de que foi isso ou foi aquilo. O meu sentimento é esse”, disse.