A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) lançou, a campanha ´Diga não à úlcera por pressão’. O objeitvo da campanha é orientar acompanhantes e pacientes oncológicos, acerca dos métodos preventivos deste tipo de lesão, bem como sobre os perigos que ela pode ocasionar, como o aumento do risco de infecções.
A campanha é uma iniciativa da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), em parceria com a Comissão de Cuidados com a Pele (CCP) e Diretoria de Ensino e Pesquisa (DEP).
A úlcera por pressão é uma ferida ocasionada na pele, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão isolada ou de pressão combinada com esfregação sobre o tecido.
Quando não tratada devidamente, pode chegar ao osso, ocasionando dor e sofrimento ao paciente.
No caso dos que passam pelo tratamento oncológico, os cuidados devem ser redobrados, uma vez que as sessões de radioterapia e quimioterapia baixam a imunidade da pessoa, aumentando o risco de infecções.
Com as úlceras, o risco é potencializado, já que elas se tornam uma janela de entrada para bactérias nocivas à saúde.
Para evitar este tipo de lesão, explica Glauciane Neves, chefe da CCIH da FCecon, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Susam), é preciso trocar a posição do paciente que fica deitado ou sentado por muito tempo em decorrência do tratamento, a cada duas horas, no máximo.
Isso porque, a pressão sobre as costas, pernas, ou outras regiões, acaba por dificultar a circulação, favorecendo a morte celular e facilitando o aparecimento das úlceras.
Também estão vulneráveis a este tipo de lesão pessoas com perda de sensibilidade, idosos incapacitados, pessoas com dificuldade de mobilidade, com doenças degenerativas, com incontinência urinária ou intestinal e com desnutrição ou obesidade.
No caso da desnutrição, por conta do aumento dos impactos entre os ossos e, da obesidade, por causa do peso sobre a pele. Ambos podem comprometer o tecido.
As regiões mais comuns ao aparecimento de úlceras por pressão são: sacral (próximo à bacia), tornozelo, glútea, calcanhar, trocanteriana (entre as costas e o glúteo), nuca e cotovelo.
De acordo com o fisioterapeuta e doutor em terapia intensiva da FCecon, Daniel Xavier, um dos participantes da campanha, a fisioterapia é responsável pelo trabalho respiratório e mobilização de pacientes em leitos.
Ele alerta para a importância da mudança de posição dos pacientes internados e destaca que o trabalho é feito em equipe, envolvendo técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos, os quais recebem treinamento para isso.
“Por conta do estado nutricional do paciente oncológico, que está sujeito a perda de peso durante o tratamento, as chances de contrair infecções aumenta, o que favorece a instalação e o aparecimento de úlceras. Além disso, a pele fica mais fina e o osso tem maior contato com o leito, o que pode facilitar o desgaste daquele tecido. Pacientes com redução de defesa orgânica são mais difíceis de tratar nesse caso”, esclareceu.
Ele lembra, ainda, que os cuidados não devem ocorrer apenas no ambiente hospitalar, mas também em casa, após a alta do paciente.
“Em casa, as mudanças também são necessárias. Ao receber alta, familiares são orientados a comprar colchões casca de ovo, que melhoram a circulação, e a utilizarem coxins (almofadas de espuma) para separar os joelhos, entre outros”, destaca.
São medidas simples que podem evitar o agravamento do estado de saúde do paciente, assegura.