Denúncia de Rodrigo Janot contra Temer e Loures cita Eduardo Braga e mais 13 políticos

A denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer (PMDB) e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures – acusados de corrupção passiva – também cita outros 14 políticos, entre eles os senadores peemedebistas Eduardo Braga, Eunício Oliveira, Jader Barbalho, Renan Calheiros e Vital do Rêgo, atualmente no Tribunal de Contas da União (TCU).

São os mesmos nomes apontados na delação de Ricardo Saud como responsáveis por abocanhar o dinheiro direcionado para garantir apoio a Dilma Rousseff.

A informação é da Folha de S. Paulo, que informa que a maioria das menções ocorre em trecho sobre suposta antiga relação entre Temer e a J&F, que controla o grupo JBS.

Não foram revelados detalhes sobre esta nova citação ao nome da senadora tocantinense, mas Kátia Abreu já foi mencionada por Ricardo Saud, executivo da J&F, como, supostamente, futura beneficiária de R$ 1 milhão em 2014. Segundo a delação, a peemedebista não chegou a receber a quantia porque outros correligionários abocanharam todo o valor direcionado para comprar apoio à reeleição de Dilma Rousseff (PT).

Outro nome mencionado é o do ex-ministro petista Guido Mantega, que, conforme Saud, foi quem pediu que a JBS fizesse repasses não declarados a senadores do PMDB em 2014, em troca do apoio ao Partido dos Trabalhadores.

Aliados de Temer
Na denúncia contra o presidente, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, são apontados como antigos interlocutores da JBS junto ao governo Temer, antes de Loures.

Ex-assessor e amigo de Temer, José Yunes é citado por supostamente ter intermediado repasses ilícitos, conforme interpretação de diálogo entre Loures e o executivo da J&F Ricardo Saud.

Segundo informa a Folha de S. Paulo, Joesley Batista, dono da JBS, afirma ainda que Temer pediu que a J&F contratasse o escritório de advocacia de Yunes para um negócio que lhe renderia R$ 50 milhões.

Dos mencionados apenas Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara preso no Paraná, já é investigado no inquérito por suspeita de ter recebido dinheiro da JBS para ficar em silêncio, em operação supostamente avalizada por Temer.

Paulistas
Paulo Skaff, presidente da Fiesp, e Gabriel Chalita apareceram na denúncia por, supostamente, terem levado doações via caixa dois em campanhas. Segundo Joesley, a JBS deu R$ 2 milhões para Skaff e R$ 3 milhões para Chalita a pedido de Temer, informa.

Por fim, o ex-ministro Wagner Rossi é mencionado por suspeitas de ter recebido da empresa mesada de cerca de R$ 100 mil quando deixou a pasta da Agricultura, em 2011, a pedido de Temer. Fonte/Cclebertoledo.com.br