Nova confusão em cadeia reativada tem presos atendidos pelo Samu

Presos da Cadeia Pública Vidal Pessoa, no Centro de Manaus, foram hospitalizados na noite deste domingo (8). Não há informações sobre mortes, mas o Serviço de Pronto Atendimento de Urgância (Samu) confirmou ao G1 que sete detentos foram encaminhados em viaturas policiais para dois hospitais da capital amazonense. Eles retornaram à unidade por volta das 22h (horário local). Homens do Batalhão de Choque estão no presídio. Essa é a segunda ocorrência no local em menos de 24h. Na madrugada deste domingo, quatro detentos morreram após um motim. Outros dois presos ainda não apareceram na contagem feita após o ocorrido.

Por volta das 18h30 (horário de Manaus), homens do Batalhão de Choque entraram no presídio. Os presos foram encaminhados aos hospitais João Lúcio e 28 de Agosto, nas Zonas Leste e Centro-Sul da capital, respectivamente.

A reportagem presente na frente da unidade ouviu um estrondo no início da noite, ainda não identificado.

Até as 20h38, não havia informações sobre os tipos de ferimentos.

Em nota, o governo do Amazonas negou alteração na Cadeia Pública. “As ambulâncias do Samu estiveram no local para levar presos,  que após a contagem final, nesta tarde, foi percebida a necessidade de atendimento médico.Todos tiveram ferimentos e escoriações de natureza leve e após o atendimento serão devolvidos para a unidade prisional”, finalizou o comunicado.

Rebelião
A movimentação dos detentos começou por volta das 3h do horário local (5h de Brasília). No momento do tumulto, apenas dois agentes penitenciários monitoravam o local, segundo o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Amazonas, Antônio Santiago.

Em nota, o Comitê de Gerenciamento de Crise informou que os presos iniciaram uma briga por motivo desconhecido. Dos quatro mortos confirmados, três foram decapitados

e um asfixiado. A OAB-AM diz ainda que um quinto detento morreu após dar entrada em um hospital de Manaus. Outro preso segue internado com quadro clínico estável em uma unidade hospitalar após passar por cirurgia.

O policiamento foi reforçado pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar. As mortes serão investigadas, segundo o comitê de crise. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) para identificação.

Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-AM, Epitácio Almeida, cinco detentos estão desaparecidos. A ausência dos internos foi notada após a contagem de presos. “Cinco [detentos] não foram encontrados. Podem estar escondidos no forro, foragidos”, disse. Segundo ele, os presos já voltaram para as celas.

A Seap informou em nota que a Secretaria e a Polícia Militar estão realizando uma nova contagem na cadeia. A secretaria informou que a situação dentro da unidade é considerada “estável”.

Tumulto na sexta
A penitenciária registrou um tumulto na tarde desta sexta-feira (6). De acordo com a Polícia Militar, os presos reclamam da estrutura do lugar, que abriga mais de 200 na capela e na enfermaria da unidade prisional.

O local foi desativado em outubro de 2016 por recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e foi alvo de críticas do Ministério Público do Amazonas (MP-AM).

A Cadeia Vidal Pessoa foi reaberta na segunda-feira (2) para a acomodação de presos ameaçados de morte pela facção criminosa Família do Norte (FDN), apontada como responsável pelas 56 mortes no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), na semana passada. A medida foi adotada de modo emergencial para “preservar vidas”, segundo fontes.

Fonte: G1