Menino de 7 anos é cortado com tesoura por colega de sala de aula e leva 33 pontos

Um menino de 7 anos foi cortado por um colega de classe com uma tesoura na última terça-feira na Escola municipal Prof. Leila Barcellos de Carvalho, localizada na Cidade de Deus, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Após o ataque, que teria sido motivado por um desentendimento entre os dois, o menino foi encaminhada para uma clínica da região, onde levou 33 pontos no braço esquerdo. O incidente foi registrado na 32ª DP como fato atípico. O Conselho Tutelar de Jacarepaguá também acompanha o caso.

De acordo com a mãe do menino, que não quis ser identificada, o ataque ocorreu no horário de entrada do turno da tarde, por volta das 13h.

— Meu filho contou que, enquanto estava na fila para entrar na sala de aula, o colega começou a implicar com ele. Quando entraram na sala, ele teria reagido e batido nesse menino. Então, assim que a professora saiu da sala, o colega pegou a tesoura do estojo, puxou o braço do meu filho e o cortou — relata a mulher, destacando que o menino é estudante do 1° ano do ensino fundamental.

Após o ataque, a mãe, que estava no horário de almoço no trabalho, foi chamada até a escola. De lá, seguiu para a Amiu, clínica localizada na Freguesia, onde o menino levou 33 pontos.

— A médica disse que ele teve sorte pelo fato de a tesoura não ter atingido uma veia ou nervo. Agora, ele está tomando antibiótico e anti-inflamatório — conta.

Preocupada com a segurança do filho, a mãe conta que vai transferi-lo para outra escola da rede municipal. Para ela, a tesoura sem ponta não deveria ser um item do kit escolar dos alunos.

— A tesoura, mesmo sem ponta, pode servir de arma para os alunos. É preciso preservar a integridade física das crianças. Pelo corte que foi feito, meu filho poderia ter morrido — defende.

Em nota, a Secretaria municipal de Educação (SME) do Rio de Janeiro, através da 7ª Coordenadoria Regional de Educação, informou que “foi aberta uma sindicância para melhor esclarecer os fatos sobre o caso”. A SME destaca que a coordenadoria “está prestando toda a assistência necessária aos estudantes”. Segundo a secretaria, o aluno que atingiu o colega com a tesoura não foi suspenso da escola.

Sobre as investigações, a Polícia Civil informou, em nota, que funcionários da escola e responsáveis serão chamados para depor na Delegacia da Taquara e que agentes estão em diligências em busca de informações que possam ajudar no caso.

Leia a nota da SME na íntegra:

“A Secretaria Municipal de Educação informa que, segundo a 7ª Coordenadoria Regional de Educação, uma sindicância será instaurada na unidade para melhor esclarecer os fatos sobre o caso. A Coordenadoria esclarece, ainda, que comunicou os responsáveis dos dois alunos imediatamente após tomar ciência do ocorrido, prestando toda assistência necessária ao estudantes. A Secretaria Municipal de Educação informa que não admite este tipo de conduta nas unidades escolares da Prefeitura do Rio. Desde 2009, a Secretaria vem implantando diversas ações para promover uma cultura da paz nas escolas, como a criação do Regimento Escolar Básico. Entre outras medidas de caráter pedagógico e disciplinar para os alunos, o Regimento proíbe a prática de qualquer tipo de violência, seja por meio de agressões físicas ou verbais ou ainda por meios eletrônicos, com punições que vão da advertência ao encaminhamento dos casos mais graves aos conselhos tutelares.

A Secretaria de Educação implantou também, em 2011, um programa de Educação para a Paz, que promove uma mudança positiva no ambiente escolar, prevenindo conflitos e reduzindo a violência por meio do desenvolvimento das habilidades de negociação colaborativa, comunicação e outras práticas advindas da Resolução de Conflitos nas Escolas.”

Em julho, 46 alunos da escola municipal foram contaminados por coliformes fecais

A escola em que o menino foi atacado é a mesma em que, no dia 13 julho, 46 crianças passaram mal – com diarreia e vômitos – após comer a merenda escolar, que estava contaminada com coliformes totais e fecais. No dia seguinte, 38 crianças permaneciam em observação em hospitais.

Os laudos da Vigilância Sanitária que comprovaram a contaminação também mostraram que a merenda escolar apresentava E.coli, um indicativo de manipulação inadequada dos alimentos e refrigeração insuficiente.

Em nota divulgada sobre o caso, a Secretaria municipal de Educação considerou o caso “um fato isolado, uma vez que mais de um milhão de refeições são preparadas e servidas diariamente para mais de 660 mil alunos nas 1.461 unidades escolares da rede e, até o momento, não há registro de outros casos de contaminação alimentar”. Além disso, informou que “o trabalho de acondicionamento dos alimentos e o preparo das refeições servidas nas unidades escolares seguem, rigorosamente, as orientações passadas pelo Instituto de Nutrição Annes Dias, ligado à Vigilância Sanitária”.

Entre as medidas adotadas pela secretaria após o resultado das análises, está a realização de intervenções na unidade escolar recomendadas pelo lauda da Vigilância Sanitária, como a recomposição de revestimento da cozinha e reparos em bebedouros. Também disseram que seria feito o reforço na capacitação e treinamento dos manipuladores de alimentos em todas as unidades da rede.
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