A taxa de mortalidade por malária baixou 60% desde 2000, mas ainda existem mais de 3 bilhões de pessoas em risco de contrair a doença. A informação é de relatório conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgado hoje (17).
Segundo o levantamento, foram 6,2 milhões de vidas poupadas nos últimos 15 anos, entre elas de 6 milhões de crianças menores de 5 anos, o grupo mais vulnerável à doença.
O relatório Achieving the Malaria Millennium Development Goal Target mostra que a meta de reduzir à metade o número de casos até 2015 – que consta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – foi alcançada de “maneira convincente”, com queda de 37% em 15 anos.
Além disso, há um número crescente de países que estão perto de conseguir eliminar a malária: em 2014, não foram registrados casos da doença em 13 países e em seis o número ficou abaixo de dez.
As quedas mais rápidas têm sido registradas no Cáucaso e na Ásia Central, onde não se registraram casos em 2014, e na Ásia Oriental, acrescenta o relatório.
A malária, no entanto, continua a ser “um problema agudo” de saúde pública em muitas regiões. Estima-se que só em 2015 tenham sido notificados 214 milhões de novos casos e 438 mil mortes em consequência da doença, que pode ser evitada e tratada.
O relatório mostra ainda que cerca de 3,2 bilhões de pessoas – quase metade da população mundial – estão em risco de contrair malária.
“Alguns países continuam sobrecarregados, com um índice desproporcionadamente elevado do total de casos de malária no mundo”. Em 15 países, sobretudo na África Subsaariana, estão 80% dos casos da doença no mundo e 78% de mortes até este ano”, informam os autores do relatório.
As crianças menores de cinco anos representam mais de dois terços de todas as mortes associadas à malária. De 2000 e 2015, o índice de mortes por malária de crianças menores de cinco anos caiu 65%, o que representa 5,9 milhões de vidas salvas.
O relatório destaca a importância do financiamento global para o combate à doença, que aumentou 20 vezes desde 2000, mas lembra que ele ainda não é suficiente e que é preciso continuar a investir em redes para se proteger do mosquito, no combate à resistência aos medicamentos, em inseticidas e nos sistemas de saúde africanos.