Por Hiel Levy
Veja que absurdo: o governo do Estado e a prefeitura de Manaus vão pagar R$ 6 milhões às empresas de ônibus para compensar a redução da tarifa, de R$ 2,90 para R$ 2,75, em julho de 2013, no rastro das manifestações de rua na cidade.
Ou seja, o governador Omar Aziz e o prefeito Artur Neto fizeram toda uma cena (foto acima) para dizer que estavam atendendo aos apelos, mas na realidade armaram com os empresários para pagar a tal compensação.
Na prática, não houve redução coisa nenhuma. Se não paga na catraca, o usuário vai pagar os empresários com o dinheiro dos impostos. É o erário público que vai arcar com o “prejuízo” das empresas de ônibus.
Publicado no Diário Oficial do Município, no último dia 30 de dezembro, por meio do Decreto 2.697, o crédito adicional suplementar de R$ 3 milhões é pago mediante a apresentação mensal por parte das empresas do número de passageiros que utilizaram o serviço. Veja, leitor, quem indica o quanto deve receber é o empresário, sem nenhuma fiscalização.
É um escândalo com o dinheiro público. O Movimento Passe Livre foi enganado e deveria voltar à rua para exigir que a tarifa de ônibus fique como está, sem nenhuma compensação para o empresariado, ao invés de continuar calado, achando que ganhou alguma coisa com as manifestações.
Ser empresário de ônibus hoje é, disparado, o melhor negócio em Manaus. Eles nõ pagam o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), nem Pis, nem Cofins, nem ICMS sobre o diesel que consomem. E ainda recebem R$ 6 milhões a título de “compensação”.