Caminhoneiro vira Mulher Abacaxi e se torna a primeira ring girl transexual do mundo

Há cinco anos, as longas madeixas louras que hoje são arma de sedução davam lugar a um cabelo escuro de um rapaz meio calvo. No lugar das atuais roupas sensuais, estavam calça jeans e jaqueta de couro. É que Bruno Souza, motorista de caminhão e filho de um empresário no ramo do transporte de minérios e de uma dona de casa, ainda não tinha virado a funkeira Marcela Porto, de 33 anos.

A história de mudanças radicais não para por aí. No ano passado, Marcela, que também atende pelo nome artístico de Mulher Abacaxi, se tornou a primeira ring girl transexual do mundo. Moradora de Niterói e dona de uma transportadora, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ela se vira em mil para dar conta de todas as suas facetas:

— Quando fiz 18 anos, fui tentar a vida nos Estados Unidos. Era muito jovem e ainda um garoto que estava descobrindo a sexualidade. Quando cheguei, o primeiro emprego que pintou foi de caminhoneiro. Fazia entregas de frutas e legumes em Nova Iorque. E nem imaginava que iria virar a Marcela.

Ainda de acordo com a funkeira, a sua transformação começou, em 2007, depois que uma amiga dela a convidou para participar de um concurso de beleza.

— Mas ela não disse que se tratava do concurso “Miss Brasil Gay – USA”. Quando estava chegando próximo do evento, ela me disse: ‘Vamos comprar sua peruca e os vestidos’. Pirei, disse que não iria, mas ela acabou me convencendo e eu venci a disputa — conta a Mulher Abacaxi.

Marcela é ring girl.