Apesar do aparato policial (aparelho repressor) montado em Tabatinga, que fica a 20 minutos do município, o comércio de carne de aninais silvestre em Benjamin Constant não incomoda a ninguém – nem do Exército, Marinha, Polícia Militar, Polícia Federal, Ibama, Funai
Na distante cidade de Benjamin Constant (AM), região do Alto Solimões, mais precisamente na Praça da Bandeira, não estão apenas os fitoterápicos produzidos à base de uña de gato ou “sangre de grado”, por exemplo, comercializados por peruanos do lado brasileiro.
Além dos fitoterápicos e de variada quantidade de frutas, verduras e hortaliças, chegados, inclusive, dos Andes peruano, na Praça da Bandeira podem ser encontrados vários tipos de carne de animais silvestres, apreciada pela população e fortemente presente na culinária benjaminense.
Entre as mais comuns destacam a carne de queixada, caititu (porco do mato), paca, tatu, veado, anta além da carne de aves como mutum, pato do mato, marreco, jacu e de quebra quelônios de todos os tipos (tracajá, tartaruga, iaçá, jabuti e ovos à vontade de tracajá, é claro, para aquele arabu. Fresca ou salgada, elas estão à disposição do consumidor local durante todo o ano.
Para os consumidores de gosto e paladar mais exóticos, entretanto, os feirantes da Praça da Bandeira quase sempre estão prontos para atendê-los com fartas porções de cobras fatiadas ou carne de macaco.
Em alguns casos, o consumo de carne de animais silvestre é uma saída quase forçada de consumo que permite aos menos abastados ter à mesa um almoço rico em proteína.
À exceção da cobra e do macaco, as demais espécie de carne de animais silvestres podem ser adquiridas a R$ 5,00 o quilo – menos que a metade do preço da carne comum de boi comercializada na cidade.
E tudo isso bem perto dos olhos das autoridades fiscais e dodo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que em Benjamin Constant dificilmente dão às caras.
Apesar do aparato policial (aparelho repressor) montado em Tabatinga, que fica a 20 minutos do município, o comércio de carne de aninais silvestre em Benjamin Constant não incomoda a ninguém – nem do Exército, Marinha, Polícia Militar, Polícia Federal, Ibama, Funai, etc.
Hoje, para que o produto não fique tanto às escancaras, boa parte do comércio é praticado em um dos cômodos da feira do município – sem eliminar, entretanto, a tradicional venda nas bancas da feira da Praça da Bandeira.
Benjamin Constant faz fronteira com o Peru e a Colômbia.