Em mais um episódio da crise deflagrada após a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a deputada Nancy Pelosi, a Taiwan, as forças armadas chinesas iniciaram exercícios militares com munição real em torno do país vizinho nesta quinta-feira (4/8).
Trata-se de um dos maiores exercícios já realizados na ilha, segundo informou a televisão estatal CCTV. As manobras chinesas afetam 900 voos e rotas de navios na região.
As atividades incluem disparos com munição real nas águas e no espaço aéreo ao redor de Taiwan. Entre as munições lançadas próximos à ilha, estão 11 mísseis balísticos.
Os exercícios acontecem um dia após uma visita de Nancy Pelosi, à ilha que Pequim considera território chinês e devem terminar no próximo domingo (7/8), de acordo com a reportagem da televisão estatal.
O Comando Oriental da China disse que completou vários disparos de mísseis convencionais em águas ao largo da costa leste de Taiwan nesta quinta-feira como parte dos exercícios planejados. O Ministério de Defesa da ilha informou que projéteis também foram disparados nas águas ao nordeste e sudoeste.
“O Partido Comunista da China disparou vários mísseis balísticos Dongfeng nas águas ao redor do nordeste e sudoeste de Taiwan aproximadamente às 13h56 (horário local)”, disse o Ministério da Defesa de Taiwan, em um comunicado.
A viagem de Pelosi foi vista como uma provocação dos Estados Unidos à China, já que Pequim considera a ilha como parte de seu território. O caso provocou uma das maiores crises diplomáticas recentes.
Na terça (2/8), o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China declarou, em nota, que a visita da presidente da Câmara é “uma violação severa do princípio de Uma Só China e das estipulações dos três comunicados conjuntos China-EUA”. “Todos esses atos são muito perigosos. É como se brincassem com o fogo, e quem brinca com o fogo acaba se queimando”, alertou o órgão. Em resposta, Pelosi disse que tinha ido “em paz” à Taiwan.
Na quarta-feira (3/8), aviões sobrevoaram a região de Taiwan. Foram registrados voos de 27 aeronaves da Força Aérea da China sobre a ilha, e 22 deles cruzaram o estreito de Taiwan, no limite da fronteira com o espaço aéreo chinês. Com informações de Metrópoles.